O HOMEM DA RELAÇÃO

A mulher moderna é meio isso mesmo, até estando casada não é fácil ser diferente. Eu mesma me vi e vejo seguidamente tendo de exercer os dois papeis, claro que depois de frustrar-me esperando pela ajuda masculina na troca do cano da agua que rachou. Um interruptor, lâmpadas, colocar os armários aéreos substituir a grama do pátio por um piso. Virei uma das tantas mulheres de atitude que compram briga no feminino e masculino sem problemas. Tomam decisões sem titubear se estiver errado assumimos e procuramos aprender. Foi assim que a me ver sozinha decidi aprender a fazer o serviço deles, nos primeiros anos sendo monitorada com olhares de duvidas. Depois os elogios murmurados mais para constrangidos, e por que não dizer certa insatisfação. Afinal qual homem não se sente excluído quando a mulher faz a parte dele. Acontece que estamos tomando conta até em outro plano. Outro dia uma amiga foi até minha casa contar do seu encontro, um jantar de casais na casa dele. Não precisei pensar muito para saber onde deu. Começando pelo teor da conversa, “que tipo de homem, tu espera”?”““, a resposta não poderia ser mais “podre”, “um homem sincero e carinhoso”. Perguntei a ela depois de ter me antecipado dando risadas. Qual mulher responderia “um homem grosso e mentiroso”. Pronto, bastou para o resto do relato óbvio, ficar inseguro. Continuando. O desfecho foi o mesmo a mulher, a procura de um grande amor as queixas, pois eles só pensam naquilo e o consolo na cama. Ela claro, achando que encontrará o homem da sua vida que conversou com ela quis saber dela. Sumiu no dia seguinte. Detalhe, morando no mesmo bairro. Aí tive de falar, amiga tu já reparou que és o homem da relação? Não quis ouvir dizendo chorosa “ me arrumei, depilei-me toda, fiquei cheirosinha e ele não estava em casa”. Perguntei então porque não havia ligado. O esperto não tinha celular, olha o golpe. Aí deitei o verbo, perguntei se ela, havia se barbeado também, para não arranhar o rosto do namorado. Ficou brava, disse que o próximo transaria só depois de um mês, iria deixar de ser boba. Minha amiga insistiu e perguntou ao amigo em comum deles ao encontra-lo, o que acontecerá. A resposta foi pra matar “ se ela quisesse algo sério não teria transado na primeira vez deles juntos”. Cachorro isso, não é ? Na cabeça dela, por ter uma filha, não poderia se dar ao prazer de também namorar, de fazer charminho. Homem gosta, reclama do doce, mais gosta. Passados alguns meses, apresentei um conhecido a ela, já avisando que não estava disponível. Mas esqueci de dizer, deixa que ele tome a iniciativa. Quando ela achou que a partida estava no papo decidiu sozinha que iriam para um Motel. Perguntou se não me importaria de voltar para casa sem ela, tudo bem não seria eu a estragar tudo. Ele sentiu a pressão e a dispensou. Ela foi para casa desapontada, comigo repetindo a mesma milonga, “ como tu decidi uma coisa dessas sem perguntar primeiro para ele? Resposta “ah, mais eu achei, que iria rolar! Tem uns motéis aqui na volta”. “Ficou com o numero dele, dizendo” não vou ligar, não vou ligar. Vou mandar uma mensagem...”

Na verdade, acho que bem no fundo, estamos muito carentes. Carentes de homens com pegada, atitudes. Não precisa vir mostrando “a que veio”, mas mostrando o quanto somos atraentes mesmo sem nos levar para cama. Como temos um papo legal, mesmo sem terminar na cama. Queremos ser amadas hoje, não daqui a um mês, um ano. É agora. Sem desconfianças, “se fez comigo o que dirá com os outros, tô fora”. Não queremos ser mulheres de “momentos e sim de sentimentos”. Mas sentimentos que iniciam leves descompromissadas, aqueles que no íntimo nos dão a certeza de que vai rolar. “O sexto sentido aguçado é nosso, somos nós que mandamos a mensagem, é tu, vem”! Só não estamos sabendo como administrar isso. Sendo nós os homens da relação. Sabiam homens que nossa companhia também é boa longe da cama, também sabemos conversar, contar piadas, rir das tuas tiradas. Também gostamos de ser conduzidas, seduzidas , acariciadas com o olhar.