Mea culpa

Muitas vezes fico me perguntando de que valem certas máximas, que aprendemos ainda jovem e que jamais conseguem derrubar vícios adquiridos com o inevitável convívio com esta sociedade que teima em não adotá-los, já que nos parecem serem de grande utilidades. Ontem, resolvendo uns detalhes da vida mundana deparei com um fato repetitivo a décadas, mas que a maioria das pessoas ainda se indignam quando o mesmo volta à tona.

Estou me reportando ao fato de nossos parlamentares não satisfeitos com a bagatela que recebem, para nos representar e defender nossos direitos perante o governo. Coitadinhos, são incapazes de sobreviver com os míseros doze mil reais que ganham e vão simplesmente aumentar para vinte e um mil, ora o que há de mais nisso? Afinal, devido a envergadura do cargo a que estão ocupando, nada mais justo uma remuneração adequada. Mas deixando de lado este desejo insano e a ganância descabida que demonstram, vamos ao que realmente interessa. Porque culpá-los de um ato onde a verdadeira culpa é nossa. Somos nós que os escolhemos, afinal democracia é isso , você vota no cidadão honesto, transforma-o no mais perfeito dos ladrões e arca com as conseqüências, chorar pra que não fostes o verdadeiro culpado desta cria? Bata no peito e grita mea culpa, mea culpa. Não quero dizer com isso que o conformismo é a melhor solução, não é nesta linha de pensamento que mudaremos a história, mas enfim já que parimos vamos criar.

Talvez, se começarmos a aprender a escolher melhor, analisar com mais afinco os ditos representantes poderemos um dia, ao invés de chorar sorrir com suas decisões, mas por enquanto o conformismo ainda é o melhor remédio.

( Escrita antes de recuarem, diante da revolta popular)