DR. OCTAVIANO

DR. OCTAVIANO

Passei a ter contato com o Dr. Otaviano há questão de uns 15 anos antes de sua morte. Gaiarsa, uma das famílias mais tradicionais de Santo André. Um perfeito aristocrata. Alto, magro, sempre muito bem trajado, notava-se, em seu semblante, e pelo seu porte, a figura do homem culto que, realmente, era. Tendo a seu lado Da. Judi, fiel companheira de todas as horas, com quem casou em segundas núpcias. Apesar de médico, não tenho conhecimento de sua carreira como tal, somente o vendo com um excelente escritor. Escreveu sobre a história de Santo André, num livro memorável “A cidade que dormiu três séculos”.

Além desse, escreveu diversos outros, como aquele em que ele relata suas leituras prediletas, Minhas Leituras, e outro, fruto de pesquisas sobre os variados tipos de escritas utilizadas pelos povos.

Tinha, como se pode notar, uma vasta cultura, honrando o nome de nossa cidade, o que levou a Municipalidade a, com toda justiça, dar o seu nome ao museu de Santo André. Seu espírito de historiador e cultor da memória foi demonstrado, em certa ocasião, por um determinado ato que muito me tocou. Estava a Prefeitura executando obras de uma galeria na rua em que moramos, visando resolver um sério problema de enchentes. Aproveitando a abertura de valas no leito carroçável da via, o Dr. Octaviano reuniu diversos documentos numa caixa, inclusive com um jornal do dia, e a colocou dentro do buraco aberto, fazendo-a permanecer enterrada. Com toda certeza, um dia, quem sabe anos, décadas, séculos, na posteridade, ela será encontrada.

Como salientei, a família Gaiarsa é tradicional em Santo André. Dr. Octaviano, filho de Ângelo e Anna tinha dois irmãos, Orlando, e José Ângelo, ambos também médicos, o último psiquiatra. Este ficou muito famoso em todo Brasil e no exterior, havendo falecido recentemente. E as irmãs, Norma, a freira Marcelina Helena, Maria de Lourdes e Teresa, esposa do amigo Paulo Simões. Somente esta vive.

Os filhos de Octaviano com Da. Judi, farmacêutica, foram alunos de minha mulher Iara. Inclusive, as duas lecionaram no Américo Brasiliense, famoso colégio do Estado da cidade. Diariamente, nos encontrávamos no restaurante Summer Fast, aqui da vizinhança, na hora do almoço. Do primeiro casamento, teve um filho, o Neto Gaiarsa, bom amigo.

O pai do Dr. Octaviano, Ângelo, carpinteiro, era proprietário de uma carpintaria onde meu tio Gonçalo Tavares, casado com a irmã de minha mãe, a tia Tereza, trabalhava. Em fevereiro de 1953, quando meus pais comemoraram as bodas de prata, a festa aconteceu num sítio do seu Ângelo, na divisa de Santo André com São Bernardo do Campo, na hoje rua dos Americanos. Lá se vão quase 60 anos!

Atualmente, Ângelo Gaiarsa dá o nome ao viaduto na confluência da Avenida Perimetral e Avenida Dom Pedro II.

Bem no local onde morava.

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 13/02/2012
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