MOTOS

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Li, dia destes num jornal, especificamente na coluna dedicada à palavra do leitor, uma carta de um deles, em que gostaria de ver a resposta à sua pergunta: “o que aconteceria, se toda frota de motos de São Paulo seguisse atrás dos automóveis, não utilizando as faixas divisórias das vias públicas?”. Por se apresentar o autor, como motorista e como motociclista, conclui tratar-se de indagação esperando a resposta dando conta de que seria um verdadeiro caos.

Já me manifestei, certa vez, meu exacerbado desconforto em relação aos motociclistas, ou motoqueiros, se é que existe alguma diferença entre ambos, pois além de não concordar com o modo deles se comportarem no trânsito, fui vítima de mais de uma agressão dos mesmos, inclusive sofrendo prejuízos de ordem moral (xingamentos) e material (abalroamentos).

Ao tomar conhecimento da indagação, respondi através do mesmo espaço do jornal, dizendo, primeiro, que eles, agindo daquela maneira, estariam obedecendo as leis de trânsito; segundo, por consequência, demonstrariam ser pessoas civilizadas e exemplos de cidadania; e, por último, nos poupariam de ler notícias informando a morte de, no mínimo, duas pessoas, por dia.

Diante de meus argumentos, houve réplicas por parte de dois leitores. Um, apesar de estar de acordo com parte de minhas afirmações, civilidade, cidadania, disse tratar-se de uma questão de mobilidade, e em tom algo sarcástico, confessou ter pena daqueles ficavam horas e horas entalados no trânsito, enquanto ele chegava ao seu destino em pouco tempo. Como se isso justificasse seu modo de agir. Quanto às mortes, alegou tratar-se de imprudência dos condutores dos veículos, autos e motos.

O outro, que me desculpe, nem merece consideração seu depoimento, pois colocou o assunto num terreno nada sério, “...a pizza vai chegar fria...”.

Em outra edição, um terceiro leitor fez um comentário mais consistente, levando o assunto para o terreno dos grandes desafios, que merece estudos aprofundados.

Notícia auspiciosa traz a Folha de São Paulo, dando-nos conhecimento de que o órgão de trânsito da Capital, está abandonando os famigerados radares portáteis, e adquirindo outros, mais modernos. A grande novidade desses aparelhos, é que eles irão focar, inclusive, as motos transitando irregularmente pelas faixas divisórias das vias, flagrando excesso de velocidade das mesmas.

Tudo por estar constatado que esses abusos vêm contribuindo pelo alto índice de acidentes, com mortes.

Espero que tais providências venham obrigar os motociclistas a se conscientizarem de que, como atores em cena, estão obrigados a cumprir com extrema fidelidade seus papéis, para que o drama representado acabe num final feliz.

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 31/01/2012
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