Nem todo mundo é obrigado a gostar da gente.

Que os relacionamentos de amizade têm uma função fundamental na vida todos estamos de acordo,mas requerem um certo cuidado que é bom aprender desde pequeno.

A amizade é como uma necessidade fisiológica,assim natural e complexa que deve ser satisfeita,mas também educada já da mais tenra idade.A arte dos relacionamentos se desenvolve e se educa nos contextos de grupos institucionais,como por exemplo,nas escolas.Estas desempenham um papel importantíssimo porque no seu interior as crianças fazem experiências de relacionamentos que podem influenciar toda a sua vida futura.

Nesse ambiente escolar elas se conhecem e se confrontam através de atividades lúdicas e recreativas,por exemplo.Compartilham espaço e tempo,vitórias e derrotas,alegrias e tristezas,competições,ciúmes,sucessos e paralelamente vão crescendo e se desenvolvendo juntas.

Pessoalmente,como pais discutimos nosso papel de como poder influenciar nossos filhos a fazerem boas relações de amizade.Pensando na atual realidade é possível oferecer-lhes tal preparo,orientação?

A princípio pode parecer que não,mas se formos refletir a fundo,percebemos que existem algumas poucas regras,mas bastante funcionais a esse propósito:

*Como nã gostamos de todo mundo,nem todo mundo é obrigado a gostar da gente.

Uma amizade nasce espontaneamente,com uma base de reconhecimento recíproco.As crianças se aproximam intuitivamente aquilo de que precisam e sabem reconhecer sozinhas os prováveis amigos e aqueles adversários.Aprenderão a compreender facilmente por meio das recíprocas reações se devem seguir adiante com uma amizade ou se esta deve ser evitada.Como pais,podemos ajudá-los a analisar os comportamentos e as reações,apoiando-os e assegurando-os na tomada de decisões necessárias.

Fato nosso-Aproveitamos a hora do jantar também pra saber um pouco mais sobre as vivências deles na escola(ali passam 8 horas diariamente).Assim,há pouco tempo, Chiara, tristonha, contou de uma amiguinha que não quis sentar-se ao seu lado à mesa das refeições,nem tão pouco brincar depois .A mesma amiguinha que durante os dias quentes estava no parquinho e juntas corriam pra lá e pra cá pelos escorregadores.-'Mamma,G. mi ha fatto "scatto"!'Lembrei de quando eu também era menina e havia essa coisa de "ficar de mal".Eu,a abracei e falei que é assim mesmo, cedo ou tarde mudará de idéia,mas enquanto isso ela procurasse outra companheira ou companheiro que tivesse o seu mesmo interesse.

*As idéias e os espaços vão respeitados-regra fundamental da boa convivência-reconhecer o limite até onde se pode ir ou estar é uma conquista realmente importante e confere um sentido às nossas relações interpessoais que somente dessa maneira se tornam autênticas porque são fundamentadas pelo verdadeiro respeito.

Fato nosso-Prosseguindo na conversa daquele mesmo jantar,foi a vez de Franceso desabafar contando do A. ,dito seu melhor amigo,que de costume parece ter sempre o comando nas brincadeiras.Pensamento materno:Será mesmo que é seu melhor amigo?Porém,verbalizei apenas uma pergunta:Por que você não fala com ele e diz que deve ceder a vez também aos outros de comandar?Conversem.

*A companhia é importante,mas vez por outra estar sozinho também faz bem.

Passar o tempo junto aos amigos é divertido e pode ser muito enriquecedor,mas sentir-se bem com a própria companhia é fundamental e incomparável!

Fato nosso-Estando boa parte do dia sozinha a mãe se lamenta do silêncio ao seu redor,todavia acaba concluindo que são esses os momentos em que consegue ser mais produtiva e mais criativa.É no silêncio,nesse quase forçado isolamento que encontra maior inspiração!E, com isso aumenta cada vez mais o desejo de encontrar os amigos.Estando com os mesmos seja pessoalmente ou virtualmente pode demonstrar toda a sua gentileza e disponibilidade.

Temos ainda que ter a consciência de que essas nossas 'intromissões' por assim dizer, precisam de critério,isto é,não podemos ter a pretensão de que nossos filhos ajam como pequenos robôs,executando exatamente como e o que dizemos.Resistamos às tentações de direcioná-los às relações que a nós possam parecer agradáveis ou afastá-los daquilo que pessoalmente venhamos a temer.Permitir-lhes de escolher seus amigos,respeitar essas escolhas,seja encontrando seja se esquivando de determinadas pessoas.Procurarmos diligentemente ser pais presentes é o que vale afinal!

Bergilde
Enviado por Bergilde em 16/01/2012
Reeditado em 20/01/2012
Código do texto: T3443712
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