MARATONA DE BEIJOS

Tudo começou com uma brincadeira... Vinho demais... Risos demais...

Milena, toda mole e com as bochechas rosadas, rindo muito diz a Rubinho: - Vamos fazer uma maratona de beijos?

Rubinho se interessa e após verter o que sobrou na garrafa de vinho que dividiam, cuspiu na mão e apertou a mão de Milena.

- Feito, disse ele. A gente fica se beijando durante uma hora. Quem parar primeiro paga uma prenda ...

- Tá... Mas só vale beijo, sem mão boba... só beijo... disse Milena com a voz mole, entre risos...

- Ó... Ó... Quando eu disser valendo começa a marcar o tempo. Só vale parar quando o relógio tocar, disse programando o despertador do celular...

- Era a primeira vez que se beijavam e talvez este fosse só um pretexto ... Eram muito amigos... E pior: confidentes... Um sabia do outro o pior, o inconfessável...

- No início os dois riam muito e ficavam numa batalha para ver quem colocava a língua na boca de quem, como se valesse ponto na disputa... Aos poucos, o beijo foi se encaixando, tornando-se macio, prazeroso como se tivessem se beijado há tempos, matando uma saudade que nem sabiam existir...

Os lábios de Milena estavam inchados, demonstrando todo o seu desejo recém descoberto e as narinas de Rubinho estavam dilatadas e ele respirava rápido e ofegante como se a maratona fosse uma corrida e não um longo beijo...

Continuaram a se beijar, os corações próximos, acelerados e em harmonia como em uma bateria de escola de samba...

O beijo ia se tornando cada vez mais profundo, como se um quisesse entrar no outro e se fundirem em um só...

Ofegantes, com as pupilas dilatadas... Foi assim que se olharam quando o despertador tocou...

Podiam dizer que estavam bêbados, mas eles sabiam que não era só isso...

Um beijo e muita coisa mudou...

Era bom, mas era muito ruim também... Tinham estragado tudo... Era a primeira vez que um olhava pro outro meio sem jeito, com uma timidez que antes nunca houvera entre eles...

E agora? Fingiriam que nada aconteceu em nome da amizade ou se arriscariam a perder essa amizade cúmplice se um romance entre eles não desse certo? Era amor ou puro desejo?

Estavam confusos... Apesar de dividirem confissões, nunca tinham tido esse tipo de intimidade... Esse desejo de se fundirem em um só corpo...

Olhando-se nos olhos, se aproximaram, se tocaram de leve, como se estivessem se conhecendo naquele exato instante, beijaram-se de leve e de mãos dadas , em silencia, caminharam pela praia até o cair do sol... Sentaram-se na areia abraçados e ficaram apreciando o sol se derreter no mar...

Sabiam que alguma coisa entre eles havia mudado... Tinham que descobrir devagar o que fazer com essa explosão de sentimentos e essa sensação de querer esconder de si próprios e do outro o que estavam sentindo...

Deram-se mais alguns beijos tímidos e aos poucos, seus corpos iam se acostumando com essa nova mudança...

Só tinham a certeza de uma coisa: Sentiam-se plenos, felizes, com olhos brilhantes e com um sorriso teimoso que passeava dos olhos aos lábios que tremiam só de antever o próximo beijo...

sukie hikari
Enviado por sukie hikari em 19/12/2011
Reeditado em 19/12/2011
Código do texto: T3396053
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