30 ANOS EM 45 MINUTOS: MENGO CAMPEÃO INTERCLUBES

Era madrugada do dia 13/12/1981 eu, então com 20 anos e poucos meses, meu pai e um tio, os três, fanáticos rubro-negros, estávamos no sofá da sala da casa de minha avó paterna para acompanhar a maior glória do mais querido: a conquista do mundial interclubes. Antes que começasse o jogo, confesso, estava nervoso, pois, ao contrário de hoje em que as TVs mostram os principais campeonatos europeus, naquela época quase nada víamos. Acompanhava as notícias pelos cadernos esportivos dos jornais e pelas revistas esportivas. E, assim como hoje, a crônica pintava o time inglês como franco favorito à conquista. Entretanto, após o jogo começar percebi que o monstro não era tão bravo assim e aos 13’ de jogo Zico tratou de mostrar quem daria as cartas num lançamento primoroso para Nunes na esquerda. Grobbelaar, goleiro do Liverpool, saiu em desespero e o “João Danado” (apelido dele) tocou cruzado para fazer 1 X 0.

MUITO PRAZER: FLAMENGO.

Aos 34’, Tita sofreu falta. Zico, como sempre, cobrou magistralmente, o goleiro bateu roupa, Lico foi no rebote, um zagueiro travou e Adílio, aproveitando o segundo rebote, tocou para as redes: 2 X 0

ILUSTRE, QUEM?

Aos 41’ a pá de cal foi jogada sobre o time inglês. Zico recebeu próximo do círculo central, e, mesmo cercado de jogadores vermelhos, num toque sensacional, desta vez pela direita, deixou Nunes livre de marcação para avançar e bater cruzado para decretar o placar definitivo: 3 X 0.

LIVERPOOL, ÀS ORDENS.

O jogo, na prática acabara ali, pois o segundo tempo foi de uma modorra total até o apito final: MENGO CAMPEÃO MUNDIAL INTERCLUBES DE 1.981! A maior conquista de um time fantástico, comandado por um gênio chamado Arthur Antunes Coimbra, o Zico, o Galinho de Quintino, o maior de todos.

Os onze que jogaram: Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Técnico: Paulo César Carpegiani.

Os deuses dos gramados fizeram justiça àquele timaço. E como diz o hino: “eu teria um desgosto profundo/se faltasse o Flamengo no mundo”. Parabéns a nós, nação rubro-negra.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 13/12/2011
Reeditado em 14/12/2011
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