1938 - Copa da França

Em 1938 o Brasil estava pacificado quanto às federações de Futebol. As Federações Paulista e Carioca eram as mais importantes com um profissionalismo a pleno vapor. Mas o Rio de Janeiro era a Meca do Futebol. Todos os times do Rio tinham excelentes elencos. Razões para isso talvez por ser a Capital do Brasil, ter praias monumentais e a noite carioca ser muito atrativa, um cartão de visitas fabuloso.

Ademar Pimenta foi indicado para técnico da Seleção Brasileira de Futebol. Mas como de costume, o lado burocrático da seleção não sabia que Niginho, que havia jogado na Lazio, de Roma, estava jogando no Brasil, sem o consentimento da Liga Italiana. E não pôde jogar a Copa pelo Brasil.

Na partida desempate contra a Tchecoslováquia, Leônidas da Silva, que fora caçado no jogo anterior, teve de jogar sem as mínimas condições físicas. Se Ademar tivesse convocado Teleco do Corinthians, artilheiro do certame paulista de 1936, 1937 e 1938, ou Carvalho Leite, ainda em grande forma, artilheiro carioca pelo Botafogo, muitas coisas poderiam ter sido diferentes.

o Brasil venceu a Polônia por 6 x 5 em Estrasburgo, com 3 gols de Leônidas da Silva, 2 de Perácio e Romeu. Jogo que precisou de prorrogação. Os jogadores saíram esfalfados do gramado.

Contra a Tchecoslováquia, em Bordeux, o Brasil formou com Valter, Domingos da Guia e Machado; Zezé Procópio, Martim e Afonsinho; Lopes, Romeu, Leônidas, Perácio e Hércules.

No jogo desempate contra os mesmos Tchecos, o Brasil formou com Válter, Jaú e Nariz; Brito, Brandão e Argemiro; Roberto, Luizinho, Leônidas, Tim e Patesko.

O Brasil classificou-se parta enfrentar a Itália na semifinal. Entretanto, Ademar Pimenta não pôde escalar Leônidas da Silva (por problemas físicos) e optou pela pior fórmula. Devia colocar Tim na meia direita e deslocar Romeu para centroavante, ele que fora campeão pelo Palestra Itália, em São Paulo, jogando nessa posição.

Mas Ademar Pimenta preferiu Luizinho, que também era ponta direita no Palestra Itália. E a nossa linha atacante ficou muito mais fraca sem Leônidas. Ai vamos nos lembrar que se lá estivessem Teleco ou Carvalho Leite, o galho estaria quebrado.

Mesmo com tudo isso, o Brasil fez a sua melhor Copa do Mundo. Vencer a Itália seria difícil, mesmo em condições normais. Como se sabe, para a propaganda fascista de Benito Mussolini, a Copa do Mundo era um prato cheio.

O Brasil enfrentou a Itália, em Marselha, e perdeu por 2 x 1, formando com Válter, Domingos da Guia e Machado; Zezé Procópio, Martim e Afonsinho; Lopes, Luizinho, Romeu, Perácio e Patesko. A Itália que venceria a Hungria na final por 4 x 2 foi a mesma que venceu o Brasil por 2 x 1 quando formou com Olivieri, Fani e Rava; Sarantonio, Andreólo e Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari e Colausse.

O Brasil ainda decidiu a terceira colocação, em Bordeux, e venceu a Suécia por 4 x 2, já com Leônidas no comando do ataque e marcando 2 gols. Nessa partida o Brasil jogou com Valter, Domingos da Guia e Machado; Zezé Procópio, Brandão e Afonsinho; Lopes, Romeu, Leônidas, Perácio e Patesko. Assim o Brasil jogou mais uma Copa do Mundo.

E quando todos pensavam que a Copa de 1942 seria realizada na América do Sul, e o Brasil era um candidato muito forte para sediar o evento, começou na Europa a II Grande Guerra Mundial, com a invasão da Polônia e a anexação da Áustria pela Alemanha de Hitler.

Outros países entraram no conflito como Rússia, Estados Unidos, França e Inglaterra. Quase todos os países europeus foram afetados, sem nos esquecermos do conflito no Pacífico entre Japão e Estados Unidos, bem como em muitas ilhas do Oceano Pacífico.

Muitas vidas perdidas, muito sangue derramado enchendo de luto todo o mundo. Então, o futebol foi esquecido. Em 1945 a II Guerra Mundial terminou e vencidos e vencedores nada tinham para festejar. Apenas lamentar a morte de milhões de pessoas.

Mas em 1950 a Copa do Mundo voltou a ser disputada, e foi no Brasil.

Laércio
Enviado por Laércio em 04/12/2011
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