E agora professor?

Aquele aluno quietinho que não incomoda o professor, não perturba a coordenadora pedagogia, está agressivo. E agora?

No relatório UFSC vestibular 2010, aparecem 5.444 inscritos para o curso de medicina para 70 vagas, já o curso de Artes Cênicas – Habilitação em Teatro houveram 78 inscritos para 21 vagas. Interessante que a maioria dos jovens deseja ser médico. O processo pedagógico do ensino básico, com raras exceções e, principalmente nas escolas particulares está balizado para o vestibular de medicina.

Os professores das escolas particulares são os mesmos das escolas públicas, mas o estudante do ensino público, raramente passa no vestibular para medicina. Aqui os princípios éticos dos profissionais do ensino são colocados a prova. E agora o Governo Federal quer tornar aquela pragmática prova do ENEM obrigatória.

O ensino em todos os níveis está balizado pelo materialismo pragmático e todos que não se enquadrarem nesta baliza são excluídos, uma exclusão execrável.

Também não me iludo com o professor de artes, pois o próprio esta impregnado pelo pragmático. Uma arte opaca. Fico pensando naquele aluno quietinho, agora com seu opaco jaleco branco ostentando todo o saber adquirido pela repressão de sua essência... Assim, a baliza do materialismo pragmático se sustenta.

A agressividade prematura do quieto aluno desnuda a educação, expõem os bastidores, é um sinal. O fim de um ciclo se aproxima. A baliza da fragmentada ciência não mais se sustenta. A fratura está exposta.

O novo ciclo exige sensibilidade. E agora professor?