Quem não se comunica, se trumbica

Uma capacidade que é mais do que isto. Uma possibilidade poética, farta, embebida em léxico, nexo e sensibilidade. Se fazer entender e entender o outro é algo que supre, abarca e dá sentido ao que se quer e ao que se pretende querer. É por isso mesmo que, quem vive ou assim se imagina, ou se comunica ou se limita

Esse passeio de ida e volta pela linguagem, de eco e retorno retorcido e comprido é grande parte do que se é, do que se quer e do que se constrói. Uma necessidade desde o berço, primeiro choro, careta ou sorriso para se mostrar o que se precisa ou o que não se quer.

E sendo parte desse veio diverso e caloroso de verbos, verdades e ausências, qualquer um se encontra e se faz descobrir. A comunicação vai além da função de si mesma. Além da palavra ou do pedido sôfrego. Ela une e facilita. A comunicação aproxima caminhos e minimiza diferenças.

Ela mostra um ao outro e se mostra própria e necessária, fazendo reconhecer e interpretar as mínimas observações, regras, sentimentos, necessidades, pedidos, desejos, companheirismo e tudo mais que ela mesma é capaz de exprimir.

Dessa forma, até aquele que se encerra em si mesmo e prefere os limites da própria idiossincrasia, não pode manter-se em redoma e logo se vê submerso, encapsulado e dependente dessa ponte com outro, com a vida, com o que está em volta. Sem ela, não se caminha. E quem é que quer viver ancorado?