A GRÉCIA E O PEIXE SILURUS... DAE

De: Silvino Potêncio,Autor de   ® Os Gambuzinos

Vale mais dar o Peixe, do que ensinar a pescar no Rio Ponsul... lá para as Bandas da Beira Baixa, a caminho da Zebreira!, aonde abundam os Silurus da família do Silurus Dae em vez de vender! (Silvino Potêncio)
 
 LADOEIRO, ... meados de 1977, ali chegámos a convite do nosso Amigo José Manuel Barroso (que não é Presidente da Europa porque não é Durão...) para um último esforço de permanecermos na Santa Terrinha, antes de tomarmos o azimute para a emigração! - Decisão esta que viemos a tomar, ao final da nossa passagem por aquela ponte sobre o Rio Ponsul em finais de 1979.
Por lá ficámos uns dois anos, ou quase... e durante esse tempo foram milhares de travessias na ponte do dito cujo Rio Ponsul. -  Até aqui nenhuma novidade se nos apresentou e portanto continuamos a escrever mentalmente os nossos “gambuzinos” em uma busca constante do nosso entendimento darwiniano! ... pelo menos  até ao momento em que recebemos a noticia que finalmente chegou! E chegou via RTP – Relato Temporário das Pescas...
Já não se pode ir à pesca naquele rio porque os peixes são grande demais! ... iii aatão lá bai:
 
- Incentivados pelo nosso sentido de Portugalidade sobrevivente, nós fomos à Torre do Tombo e encontramos lá isto:
Silurus é um género de PEIXE da familia Siluri Dae,... logo se o nome diz que é para dar então nem precisamos de ensinar a pescar carago!...
 (dizia-nos isto o antigo PM – Primo Mané – que andou por lá por aquelas bandas antes de ir para a capital do reino a arrotar postas de pescada na midia e na média inteligência virtual que Deus lhe emprestou!...)
Mas... olhem lá!...
Como é que vamos dar o peixe de graça se não podemos ir lá pescar?...
- Bãon... o assunto é do Alto Interesse Nacional e por isso precisamos esclarecer aqui alguns factos do facto oculto por obediência à Lei Maior...
Em tempos de crise e recessão deve-se  “dar de beber a quem tem sede, e dar de comer peixe a quem não goste de carne”!!!...  
Alguns anos atrás,  em reunião secreta, no Largo dos Ratos,  foi determinado que o Ti Zé Pô Vinho além de beber também precisava comer...
E , sobretudo,  comer peixe do Rio Ponsul porque, para trazer sardinhas e carapaus de Peniche ou da Póvoa do Varzim, isso ia custar os olhos da cara aos contribuintes e,... além disso,  as Auto Estradas, novinhas em folha, elas  corriam o risco de espantar os Turistas por causa do mau cheiro das espinhas que os Emigrantes deixavam na valeta sem as enterrar – e não podia ser de outra forma porque sendo todos uns “sem terra” porque cargas d’água haveriamos de enterrar!...
Com a crise que aí está quando se arranjam umas sardinhas assadas na brasa até se lhe aproveita o cheiro!
Já tem tecnologia para engarrafar o cheiro de sardinha assada, castanha assada, feijão cozido à Portuguesa, couve nabiça com grelos e alheiras da nossa terra, mas... essa explicação fica para outra crônica, agora vamos ao peixe!  
Nessa reunião foram chamados vários especialistas em peixe do rio do tipo e da especie SILURUS e porquê!?...
Foi escolhido este peixe justamente porque, esta especie atendia aos parametros da licitação do Governo da capital do reino, entre eles; o tipo SIRULUS ARISTOTELIS ... que é endêmico da Grécia mas como a Grécia, já naquele tempo sofria de endemia económica e financeira... e então fez-se um acordo secreto com o Recto Angulo Luz & Tano e prontos!!!...
- lá se importaram os silurus aristotelis (até porque o PM – Primo Mané dessa operação era o falido PM  Sócrates, e... como sabemos quem sai aos seus peixes não degenera na carne de porco).
-  Acontece que este “gambuzino” só gosta de água doce dos lagos e,  como se acabaram os lagos na Grécia ele se procriou muito bem no Rio Ponsul... a ponto de, os pescadores já não gostarem de ir lá pescar, porque para tirar os peixes da água – alguns com mais de 2 metros de comprimento e uns 300 quilos de peso (passe embora esta conversa de pescadores) e por causa disso é preciso abrir uma estrada de terra batida até chegar lá embaixo na borda do rio para montar um guindaste e assim trazer os tais “gambuzinos “ SILURUS para fora da água.
Além do mais os Silurus comem os outros peixos todos e, por causa disso, quando a gente vai à Praça em Castelo Branco, só se encontram lá Silurus e mais Silurus!!!... lá no mercado Municipal nem sequer se encontra carapau ou um simples “jaquinzinho” p’ra acompanhar cu arroz de grelos, carago!
Ora vejam aqui agora outro caso ainda mais grave;
O exportador Grego não tinha a quantidade de SILURUS pedida pelo Ministério das Pescas Luz & Tano, e foi obrigado a contratar a importação de SILURUS da Malásia do tipo “silurus furness” ... porque ele tinha que fornecer e então nada melhor do que completar o pedido que já estava pago com o dinheiro da Caixa do Bruxo Elas...e prontos!...  lá se compraram então também umas caixas de “silurus furness” que é endêmico da Malásia.
-  Foi logo feita uma endemia do caraças!.... porque os peixes povoaram todo o complexo lago do Alqueva e, como já não havia mais espaço na lagoa,  eles emigraram para o Rio Ponsul, para ficar mais fácil assim a  viagem até Lisboa, com a passagem livre pelas Portas de Rodão, ali à Beira de Vila Velha.
Depois de uns seis meses de experientes trabalhos de pescaria do SILURUS,... a Associação dos amantes de GAMBUZINOS filiados ao ASAE, um órgão então recém instalado na capital da Beira Baixa para fiscalizar a importação de peixes do Rio Ponsul, chegou-se á conclusão que o melhor era comprar mais peixe do tipo silurus dae ... é melhor do que vender!  e... já que era para dar... isto, (repetimos), em obediência ao velho jargão popular adoptado pelos donos do poleiro nestes ultimos anos, décadas melhor dizendo; Vale mais dar o Peixe, do que ensinar a pescar no Rio Ponsul... foi decidido em conselho de Ministros que era absolutamente necessário importar mais peixe...
Mas Ministro... eis celência!...
-  nós já estamos a dever ao merceeiro da esquina, ao mascate da rua de cima, ao taberneiro da rua debaixo, ao alfaiate da viela ao fundo da escada e até ao Ti Bruxo Elas... como é que vamos importar mais peixe, hein???...
(isto perguntava com insistência o Ti Zé Pô Vinho...)
Bãon... não se preocupem!... bebida nós já cá temos de sobra.
Até Jesus consegui transformar a água em vinho depois de comemorar a derrota do Glorioso face aos Dragões ...
-  aatão porque é que nós não havemos de transformar os peixes, hein?... hein?...
E assim se fez um novo pedido ao fornecedor Grego que, como estava no contrato inicial foi logo avisando...
Portugas, olhem lá portugas!!!...
- eu até vos vou mandar mais SILURUS mas, agora só tenho da espécie SILURUS MENTO, que é endêmica do China... serve?!...
Enapáaaaa... desta vez é que acertamos na mosca!...
 (também pudera... com tanto peixe, só podia aparecer aqui um monte de moscas, em cima da mesa de negociações!.. lá diz o povo quanto mais se mexe no peixe, mais moscas aparecem!...)
 - vangloriava-se disto o então  Ministro das Pescas...
-  desta vez nem vamos precisar pagar à China... vamos receber de presente peixes de Grego, carago!... agora vai!
Gritava o nosso endêmico PM (Primo Mané)...  
.................
Dito e feito! ...
Assim,  mandou-se lá um Pescador da região de Santo Tirso, um Biólogo que era primo do amigo do sobrinho de um conhecido Deputado de fora do Circulo da Emigração que nunca vai a São Bento para não ser reconhecido pelas pessoas fora do seu circulo eleitoral, e ... prontos!... assim se formou uma nova fornada para trazer mais peixe importado.
E, desta forma, resolveu-se o problema de vez porque o peixe é endêmico da China e não há o risco de extinção, só tem o risco da extensão!...
E é justamente esta a luta dos pescadores do Rio Ponsul... a extensão!..>
Os peixeis são tão grandes, mas tão graaandes... que é preciso construir traineiras de 50 metros de convés para os colocar atravessados, e mais!...  são chineses!... e ainda por cima de graça!
Sim!...  porque tudo que os Gregos devem já está no prego...
Agora, de graça, todos os Gregos dizem em uníssono:
eu devo, não nego...pagarei quando puder!
Em Portugal já vamos a compor um novo hino, mas... enquanto isso, cá vamos vamos cantando e rindo,... levados, levados sim, pela voz do Ti Zé Manel Barroso...
Ir os do maaaaaaaar...ná são balentiiiiiiii... moral.
Vamos pescar oige de novo, no Ponsul em Portugal...
 
Silvino Potencio
O Home de Caravelas de Mirandela
Emigrante Transmontano em Natal/Brasil
www.silvinopotencio.net
HTTP://osgambuzinos.blog.com  


Comentário do Amigo e Leitor António Maria Freire (Portugal)
        Assunto: RE: "A GRÉCIA E O PEIXE SILURUS... DAE"


Olá Silvino Potêncio !

Excelente texto, magnifica "anarqueirada" construída a partir da nossa realidade ( nossa de Portugal e nossa da Europa)

Devo dizer - lhe que sou um amigo da Zebreira e do Ladoeiro. Isto porque durante uns anos trabalhei junto de um natural dessas terras, um bom amigo chamado António Monteiro Julião, que muito falava e descrevia as vilas e as pessoas que lá moravam enquanto ele crescera.
E foi com grande prazer que, nesses tempos, finais da década de 70, ainda antes da construção da A-23, visitei essas terras que então eram "do fim do mundo". Voltei lá algumas vezes, a última das quais há dois anos atrás - com a auto estrada agora demora - se 1/3 do tempo anterior a lá chegar - com o grupo de montanhismo, numa expedição Ladoeiro/Zebreira/Rosmaninhal.
Relativamente aos peixes, existe não muito longe daí, em Penha Garcia, vestígios ainda perfeitamente identificáveis de um peixe pré - histórico de que agora não me recorda o nome, e que indiciam que há muitos séculos atrás, um grande lago teria existido nessa zona. Ou então, o que é mais provável, que teria havido um gigantesco fenómeno morfológico, em que parte das terras que constituem o interior de Portugal terão estado submersas no mar, tendo havido então um gigantesco cataclismo que "desdobrou" essas terras para o interior, como uma folha de papel que se vira. A favor desta tese a existência de vestígios marítimos em muitas outras terras do interior, tais como várias minas de sal, vestígios marítimos nos Concelhos de Mação e Ferreira do Zêzere, etc.
Cumprimentos amigos,  António Freire

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Nota do Autor: esta crônica foi inspirada na realidade dos investimentos feitos pelos Governantes nos ultimos anos onde se teem encontrado centenas de projectos mal elaborados e pior ainda executados. A velha história do "oito ou oitenta"!...

 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 12/07/2011
Reeditado em 02/06/2015
Código do texto: T3090566
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