A HISTÓRIA DELES

Eu gasto tempo conversando com os diferentes, com os excluídos, os menos favorecidos, os doentes, os leprosos, os esquecidos pela sociedade. Eu gosto disto.
É meu jeito.
Eu sento no chão e converso com o bêbado, bato o maior papo com a prostituta, cumprimento os drogados, peço para um garoto de rua comprar alguma coisa para mim, apenas para mostrar que eu tenho confiança que ele vai voltar com meu produto e meu troco. E ele volta, viu?
Certa feita, saí de um grande banco na avenida Conselheiro Aguiar (muito movimentada e área nobre) aqui em Recife, e, quando bati os olhos, deparei-me com 3 jovens sujos, maltrapilhos, fétidos, sentados no chão quente, olhei para eles e disse: - Vamos almoçar?
Eles olharam para mim de cima a baixo e disseram: - A senhora tá falando com a gente, é doutora?
- Sim, com vocês mesmos e ainda convidando-os para almoçarem comigo ali na frente, querem?
Gente, eu entrei toda "pomposa" no restaurante, ao lado daquelas criaturas lindas para mim e feias para a sociedade, pisquei para o dono do estabelecimento que já me conhecia e pedi almoço para nós quatro.
Foi um dia ímpar em minha vida.
De vez em quando, eu faço uma ação dessas.
Fico muito feliz!
É muito bom!
Pode copiar!
Fátima Burégio
Enviado por Fátima Burégio em 30/05/2011
Reeditado em 02/06/2011
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