"O Cesteiro" ost - Lisy Telles
"O Cesteiro"
Julho sempre fora nosso mês preferido para aproveitar as férias escolares. E continuava a ser, apesar dos filhos, já crescidos, não mais nos acompanhar.
Naquele ano tínhamos programado passá-las em Marataízes no ES. Um amigo nos informara sobre um camping na praia do Siri, com chalés e de excelente infra estrutura. Tínhamos que conferir.
Nosso alvo, não era banho de mar. Queríamos o passeio pela orla marítima, o cheiro de maresia, a moqueca capixaba, o sorvete ao cair da tarde, a visão das embarcações indo e vindo, os pescadores, o por do sol.
Minhas limitações nunca foram empecilho para que deixássemos de aproveitar tudo que a vida nos oferecia.
Mais do que tudo, gostávamos de estar juntos.
A máquina de retrato era indispensável; assim como o bloco de desenho e o lápis 6B. Sabíamos que ali, em zona de praia, encontraríamos muitos motivos para desenhos e pinturas.
Foi numa dessas saídas, que ao passar por um casebre, avistei o velho cesteiro sentado a um canto de um pequeno puxado, na beira de uma lagoa.
Pedi que meu marido parasse o carro.
O velho de pele escura, cabelos e barba branca, absorto em seu trabalho, nem percebia o que se passava ao redor. Suas mãos ágeis trançavam a palha e faziam surgir mais uma cesta. Havia cestos e balaios por todo lado. Notei que ele tinha um dos braços mais fino; entretanto. seus dedos trabalhavam de forma precisa. A cena me encantou.
Pedi que meu marido fotografasse, enquanto eu, de forma rápida, fazia um esboço, tentando captar no meu bloco de desenho, não só o que via, mas o que me emocionava. Porque é preciso sentir e se emocionar para tentar colocar alma no que se pretende fazer.
Meu companheiro não entendia. Afinal, havíamos saído para fotografar o mar, o por do sol, os barcos. E agora, eu me empolgava com um velho e seus cestos.
Intrigado perguntou: “Tem certeza que é isso que você quer?”.
Apenas sorri.
Eu tinha certeza do que via e do que sentia ao ver
“O Cesteiro”
"O Cesteiro"
Julho sempre fora nosso mês preferido para aproveitar as férias escolares. E continuava a ser, apesar dos filhos, já crescidos, não mais nos acompanhar.
Naquele ano tínhamos programado passá-las em Marataízes no ES. Um amigo nos informara sobre um camping na praia do Siri, com chalés e de excelente infra estrutura. Tínhamos que conferir.
Nosso alvo, não era banho de mar. Queríamos o passeio pela orla marítima, o cheiro de maresia, a moqueca capixaba, o sorvete ao cair da tarde, a visão das embarcações indo e vindo, os pescadores, o por do sol.
Minhas limitações nunca foram empecilho para que deixássemos de aproveitar tudo que a vida nos oferecia.
Mais do que tudo, gostávamos de estar juntos.
A máquina de retrato era indispensável; assim como o bloco de desenho e o lápis 6B. Sabíamos que ali, em zona de praia, encontraríamos muitos motivos para desenhos e pinturas.
Foi numa dessas saídas, que ao passar por um casebre, avistei o velho cesteiro sentado a um canto de um pequeno puxado, na beira de uma lagoa.
Pedi que meu marido parasse o carro.
O velho de pele escura, cabelos e barba branca, absorto em seu trabalho, nem percebia o que se passava ao redor. Suas mãos ágeis trançavam a palha e faziam surgir mais uma cesta. Havia cestos e balaios por todo lado. Notei que ele tinha um dos braços mais fino; entretanto. seus dedos trabalhavam de forma precisa. A cena me encantou.
Pedi que meu marido fotografasse, enquanto eu, de forma rápida, fazia um esboço, tentando captar no meu bloco de desenho, não só o que via, mas o que me emocionava. Porque é preciso sentir e se emocionar para tentar colocar alma no que se pretende fazer.
Meu companheiro não entendia. Afinal, havíamos saído para fotografar o mar, o por do sol, os barcos. E agora, eu me empolgava com um velho e seus cestos.
Intrigado perguntou: “Tem certeza que é isso que você quer?”.
Apenas sorri.
Eu tinha certeza do que via e do que sentia ao ver
“O Cesteiro”