O Fim do Mundo?
O Mundo acabará amanhã!, noticiou o telejornal das vinte horas, numa sexta feira plácida, em que tudo praticamente correra bem, até aquela oportunidade.
A informação veio num tom sarcástico por parte dos jornalistas, que disseram:
“Bom, caso o mundo não acabe amanhã, estaremos aqui no mesmo horário informando que o mundo não acabou”.
Foram e em seguida o jornal terminou.
Confesso que do lado de cá da televisão, logo depois de degustar um miojo, fiquei meio cabreiro. Eu que em seguida iria dormir; e dormir cedo numa sexta feira, sendo que o mundo acabará amanhã, não seria uma boa pedida. Teria que, por culpa da mídia ímpia, procurar fazer o que mais gostava antes da ceifada derradeira.
E o que eu mais gostaria de fazer numa sexta feira à noite? Talvez uma última canção, ou não; a legaria pra quem, afinal? Talvez beber cervejas e ouvir um bom rock triste, quem sabe; ou sair correndo e só parar quando o mundo de fato começar a acabar; quando o chão começar a rachar, ou o céu se avermelhar de sangue; ou um vento que deixasse só a caveira do cidadão.
A questão do fim do mundo assombra e sempre assombrou. O fato diz mais respeito no que tange ao temor do horror visual, do impacto chocante de uma catástrofe planetária e terminal. Na verdade o mundo acaba a cada dia para milhares de vidas que se vão, vãs, rumo ao desconhecido, um dia eu, você e todos partiremos também; será o fim para nós, o fim do indivíduo dando origem (que palavra linda!) a uma incógnita.
Por outro lado, e corroborando o ensaio da razão, não sei se de fato o mundo acabará amanhã; não se pode sair por aí acreditando em qualquer seita que se encontre pela frente. Mas, e se acabar?
Troquei de roupa, coloquei o pijama, caí na cama e dormi..., pensando:
“Se acordar, não acabou!
Se não acordar, esqueça!“
Savok OnaitSirk, 20.05.11.