intuição

Nas minhas reflexões,ao longo de varias décadas,cheguei a uma conclusão:o ser humano deveria usar mais seu potencial intuitivo dedutivo do que o analítico.Entendo,pois,a humanidade em sua grande maioria vivencia a dominação da noosfera,a ditadura do ego separatista,narcisista usa da analise a principal ferramenta.É como se observássemos uma linda rosa vermelha e fossemos despetalando até

destruirmos,inteiramente, a flor.Na dimensão da visão dedutiva,sentiríamos o que é uma rosa,nos mimetizaríamos nesta beleza e

conheceríamos sua essência.

Construi este prelúdio no intuito de exemplificar dois acontecimentos marcantes em minha vida profissional,porem,antes,repetindo o que os mestres Deolindo Couto e Cezar Pernetta diziam.”O MEDICO DEVE AUSCULTAR A ALMA DO PACIENTE,UMA VEZ QUE O CORPO É,TÃO SOMENTE,SUA LIXEIRA”...

Com efeito,Vitor Frankel ,ancorado em Freud e Adler,já lançara as bases da logo terapia,onde o logos do profissional aborda o ego do doente,uma vez que “ego não cura ego”...

Bem,amigo leitor,narro,agora,o primeiro fato.

Estava eu no serviço publico,numa das tardes mais tórridas do verão carioca quando chegou um menino de 9 anos com a queixa de febre há 4 dias,porem,o que chamava atenção era o intenso calefrio que o mesmo sentia ao receber a brisa fraca e morna de um ventilador moribundo que ficava encima de um armário.Em dado momento,o menor falou.”tio,por favor,desligue o ventilador”!

Uma luz vinda do cosmo interior,me fez indagar a mãe que era cega.”minha senhora,seu filho foi mordido por algum animal?”Infelizmente,a resposta que eu não queria ouvir chegou aos meus ouvidos.”Sim,doutor”.e prossegui.”E O ANIMAL ?”

“Morreu há 1 mês “

Triste,peguei pela mão o garoto e levei a coordenação com o diagnostico de raiva humana.A criança sobreviveu 6 dias.

Como explicar tal diagnostico?Eu sabia que a raiva produz anemofobia,mas...

O segundo caso foi tema de uma prosa poética “QUANDO NATHALIA PARTIU”..

Na década de 80,acompanhava desde seu nascimento,u’a menina linda chamada Nathalia,portadora de uma cardiopatia grave.Contrariando,a principio ,o que os cardiologistas do Insituto de cardiologia ALOISIO DE CASTRO afirmavam,Nathalia evoluía otimamente,sem qualquer intercorrencia.Eu,entretanto,guardava uma duvida,por que não dizer angustia,ante a alegria daquela mãe que transbordava em otimismo.Quando a criança completara 4 anos,ao ser avaliada pelo cardiologista,este parabenizou ,ao mesmo tempo em que se surpreendera

com estupenda evolução clinica da pacientezinha.

Dois dias após,numa linda tarde de primavera,a mãe me procurou para a consulta de rotina,no que eu,também afirmara,satisfeito,pela minha criança ,a Nathalia.

Subito,a mãe desmoronou em choro convulso,como que,em seu Golgota,a chorar lagrimas de sangue na pré ciência de que algo fatal estava para acontecer.Procurei tranqüiliza-La,mostrando as evidencias clinicas da boa evolução...A mãe,enguliu,em silencio o choro e se despediu de mim.

Estava em meu serviço de rotina,quando o telefone tocou.Era a mãe de Nathalia que,em pranto sereno,falou;”DR.hoje,pela manha,Nathalia partiu...

Amigo,leitor,acostume-se a ouvir estrelas como Bilac,beba as notas de uma sinfonia de dvorak,deixa fotografar a tarde em seu desmaio rubro,enfim colha todos os sinais que o Eterno nos envia e perceberá,nestas entrelinhas,que sua intuição o levará a sabedoria!