surgi da fusão de dois corpos como qualquer mortal com o objetivo humano de atravessar os portais submersos dessa existência carregando, portanto, a origem genética ancestralizada com a finalidade única em desmistificar o sobranceiro espaço, o qual me fora predestinado, ao obscuro labirinto desse meu destino nessa aterrissagem... um terreno, quiçá, despreparado, cuja aragem, daquele momento em diante, ainda, desconhecida, porém, seria essa minha responsabilidade... desprovida dos materiais necessários, à dura empreitada, meus canais abriam-se à sucessão dos fatores peregrinatórios desconhecidos... perdida nos atalhos sucessivos hereditários, o meu barco singrara por oceanos enigmáticos em meio às turbulências de um mistério inexplicável chamado, vida ...tudo, tão, desconhecido como um complicado quebra-cabeças ...mas, a sorte estava lançada...ali, envolvida no sorvedouro, à luz da existência, temia a minha auto destruição... as armas da sobrevivência me foram sendo entregues a cada etapa de cada realidade a enfrentar... agora, já, me encontrava no mundo consciente ...ali, prestes a preparar-me, um recém nascido, indefeso e, totalmente, inseguro diante das escolhas que, determinantemente, seriam minhas e, a mim, me competia executar, estava ali diante dos temporais que se instalariam por todo o meu caminhar, até, à conclusiva e última tarefa, sucessivamente...
nalgumas vezes naufraguei desviando-me da bússola desse caminhar responsável e eterno da vida...e debatendo-me, no entanto, soçobrava aos encalços que, por um triz , quase não alcançava o barco ...quase esmorecida, agarrarando-me à proa dava início a uma nova jornada...
inumeráveis os atalhos!
...a morte me visitara, nalgumas vezes, no entanto, destemida, ressuscitara por todo e sempre, continuando à romaria em sucessão...
aprendera e desaprendera a cada encalhe...sangrei pelas veias da justiça entre razão e sentimento ; eram devoção e promessa de realidades diante da extensão indefinida dos meus corpos sutis desconhecidos, ainda... e, ainda...
entre os vórtices dessa caminhada, a luz de cada estrela mágica movimentava os meus pensamentos conscientes...
a jornada ensina compreender o embate frente às dificuldades ...mas o caminho é um só: beber da fonte que produz a seiva- o alimento da alma - e atravessando, sempre, a ponte que a conduz ...os obstáculos, dessa forma, se tornavam, quase, sem importância... pois, já conhecera os percalços desbravados , até o ponto de chegada que transcendera à morte...
o atalho se iluminara e a vida se fundiu, misteriosamente...
a travessia cumprindo-se , galhardamente, de fase em fase... cá me encontro, na última etapa da minha permanência aqui na terra, sã e salva, diante do mistério da vida, a revelar que a luta pela sobrevivência vale à pena quando ela é digna.