Conforme a necessidade do ser ou ter
Nos tempos de hoje, muitas são as convenções ou os encontros na utopia de garantir, realmente, direitos humanos/ materiais a todos nesta sociedade capitalista, desigual e, às vezes, desumana.
Penso que os valores ( sejam éticos ou religiosos) são como correnteza de um rio, fluem conforme a necessidade de ser ou de ter. Sendo aqueles que mais tem nem sempre são os que mais sabem "ser". E os que são mais necessitados de ser precisam um pouco do ter.
Hora ou outra nos esbarramos com a conformidade da necessidade: políticos prometendo muito e oferecendo favores em troca de votos, do outro lado os eleitores necessitando daqueles préstimos; a onda do capitalismo envolvendo o mundo globalizado e os consumidores aderindo sua filosofia; já não temos tanto amigos quanto queríamos ou já não somos amigos como gostaríamos; a distância pode ser fatídica mesmo na presença ou a presença efetiva pode alegrar vidas e famílias; a pobreza, a procura de alimentos no lixão transforma vidas que mendigam o pão e aqueles que o tem em abundância o estragam sem lhe dar o devido valor; o trabalho árduo e compensatório, independente de seu tipo, traz alegria e satisfação. E mesmo quando não vem atrelado de promoções, basta um elogio para encher o coração.
Quanto aos gêneros: meninos devem ser machistas e não devem chorar, antes difundida esta afirmação ou aberração e a lei Maria da Penha ainda passará por transformações. Mesmo assim ainda encontramos homens sensíveis e mulheres apaixonadas, o que não deve deixá-los cegos e incapazes de discernir quando sair de uma relação funesta e ir em busca de novos ideais. Ambos podem ser ótimos anfitriões.
Quanto à realização pessoal/profissional: nada adianta um ou outro se não houver uma forma de conciliar os dois. A felicidade está nesta fórmula.
É a relação do ser e do ter, onde um pode ser para algumas pessoas mais importantes que para outras. Ou alguns podem querer instituir na vida de alguém esta inter-face, chega quase a ser uma opressão; onde perder é impossível, ganhar sempre e mais não pode ser de vez em quando e felicidade não pode ser sinônimo de simplicidade.
O aprendizado vem conforme a necessidade do viver a vida, das estradas traçadas e dos caminhos escolhidos no meio da ponte do ser e do ter. Mesmo assim, tomara que ao final da descoberta possamos dizer: "Terminei a corrida, guardei a fé".
Autora: Menina-mulher (Eulália Costa)