Rotina

Estava sentada no ponto de ônibus e dali eu podia observar as pessoas indo e vindo era de manhãzinha, mas o povo estava agitado, pessoas se apressando,correndo atrás de ônibus, senhorinhas com sacolas de pães (imagino que leve para os netos), crianças com uniformes escolares,É ai que me bate a saudade e vem meus pensamento - Como queria estudar,- parece que foi a tanto tempo, que não entro em uma escola, sendo que tenho só dezessete ano, e no ano anterior ainda estudava o ensino médio.

Então mais uma vez tento afastar de mim os pensamentos ruins para não lembrar da bolsa de estudo em que não consegui na faculdade, parece-me tão injusto, depois de tanto esforço, mas infelizmente essa é a verdade.

Derrepente lá vem o ônibus, lotado de pessoas sonolentas, o motorista sorri e diz um bom dia preguiçoso, encontro um lugar pra me sentar, sento encosto minha cabeça no na janela e fico a observar a paisagem enquanto o ônibus anda, e para pela rodovia, passageiros sobem e descem cada um em seu devido lugar, e eu ali pensando, pensando quase dormindo...

Quando finalmente chego ao terminal, desço, e posso ver uma multidão apressada em busca de ônibus, café, água, me misturo no meio a tanta gente tentando encontrar o meu próximo ônibus, me deparo com estudantes, disfarço,tento fingir que não queria ser um deles, e sigo pra onde devo ir, entro novamente em um ônibus, e quando vejo uma lágrima cai, não sei por que, mas ela está lá em meu rosto, caindo devagar e salgada, o gosto de sempre tento disfarçar, esfrego os olhos, finjo estar bem, alguém me encara então dou um sorriso, fecho os olhos, tento não pensar em mais nada ai vem em minha cabeça um poema que eu mesma crie e em minha mente vou cantarolando: "Queria compreender o sentido da vida,o porque de viver, o porque de sofrer,o motivo de ser tão difícil de ser vivida,é apenas uma razão para o coração não entender".

E assim vai indo, vou decorando o poema repetindo, repetindo, chego então ao meu destino levanto, me espremo entre as pessoas e finalmente desço do ônibus, uma leve brisa me recebe, a brisa da manhã, ela sempre me diz que o meu dia será bom, e acredito nela então sorrio, olho para o ônibus se afastar, e penso, amanha tudo será diferente, enxugo a lagrima, sigo o destino, sigo a rotina, vou com esperança.

Samara Azevedo
Enviado por Samara Azevedo em 16/02/2011
Reeditado em 16/02/2011
Código do texto: T2794809
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