SAUDADI DA MARIA

Um mineirinho de nascença, da cidade de Santa Catarina, do Estado de Minas Gerais, já com idade avantajada, esbraveja de raiva da lida do sítio, misturada da saudade de sua companheira de labuta. A saudade lhe dói na alma. Não a saudade de Minas Gerais, mas de sua Maria, companheira e amante de primeira.

E resumidamente, lamenta...

Num isquesso nhinhum dia di tudo qui ela fazia pra mi alegrá. Lavava us meu pé, dispois bejava minhas mão i trazia cumida quentinha preu cumê. Dispois qui eu cumia mi cunvidava pra amá!

Tudu dia mi puxava pa cama. Pulava im riba di mim. Mi murdia im tudo qui era lugá. Mi dexava quasi acabado. Eu num consiguia iscapá. Mi bejava, mi acarinhava, acarmava minha tremeção. Dispois di tudo qui ganhava quiria di novo a ripitição!

Hoji to só. Num tenho minha Maria. Sinto sodadi dela. Num consigo isquessê. Pareci qui meus zóio vê ela. Meu coração vivi tristi i quasi pára di batê. Ansim cum tanta tristeza num sei quanto tempo vô vivê!

Tudu dia fico pensano... será qui inzisti otra Maria? I faz di tudo qui ela fazia?...