Troféus

São provas materiais daquilo que julgamos ser bom e engrandecedor. Eles nos proporcionam sentimentos de superioridade. Afinal, troféu subentende-se por conquista que compreende superação e empenho. Por isso é que os troféus possuem exacerbado valor.

O mulherengo coleciona calcinhas e mantém atualizado o seu livro-contábil de quantas já fazem parte do seu imaginário harém.

O bebedor de cerveja cultiva garrafas secas sobre a mesa do bar, exibindo assim seu potencial etílico.

Aqueles que possuem estreitas amizades com os livros, que constantemente buscam o conhecimento, também acreditam impressionar aqueles que os visitam, mostrando orgulhosos suas rechonchudas bibliotecas, apresentando-os com uma pseudo humildade sua grandiosa artilharia do saber, tentando implantar em suas mentes a imagem de “guru do conhecimento”.

Há poucas décadas, cabeças de animais selvagens ornamentavam diversos lares, impondo de alguma forma. Elevação, poderio e superioridade.

Não importa qual o troféu de sua preferência. Se são discos, cicatrizes, revistas pornôs, medalhas olímpicas, diplomas, autógrafos ou até fotos de cadáveres. O fato é que quaisquer que sejam os troféus, tudo aquilo que você acredita ter conquistado, ter vencido diversos obstáculos para alcançá-los e que você precise de algum símbolo que transmita a lembrança das dificuldades que passou para conquistá-los. Esses troféus estarão algemando a alma do conquistador a eles, tornando-se um botão a mais que terá que ser desabotoado quando voltar-mos a viver no abstrato.

Paz e alegria.