Mudança dos Ventos - EC
Um aviso necessário: não confundir a imagem da foto com a da cidade de São Paulo nesses dias. Feita essa ressalva, vou para um assunto quase tão sério quanto esse: mudança dos ventos.
Algumas vezes, sentimos que as coisas não vão assim tão bem e que o mundo parece estar conspirando contra nós e nossos planos. Parece que o nosso barco está navegando de lado ou parado numa calmaria enervante.
Facilitaria se aceitássemos que é mesmo impossível seguir todo o tempo em linha reta e, claro, não estou falando de retidão de caráter e não concessão para qualquer tipo de falcatrua. Refiro-me à dificuldade em manter o barco na linha, com a proa sempre voltada para o sonho.
Permitam-me uma comparação: Alguém já viu a largada de uma regata oceânica como essa da foto?
Eu já, dessa em que os veleiros percorrem mundos e fundos durante quase 1 ano, que tem como escala obrigatória o Brasil e na última versão foi ganha pelo barco Sueco capitaneado pelo Torben Grael, Brasileiro sim senhor e que nos incha o ego por ter ganho 5 medalhas olímpicas , coisa que no iatismo ninguém em todo o mundo ainda conseguiu e, de quebra, é o Brasileiro que mais medalhas olímpicas ganhou.
A última "Volvo", como ele mesmo diz, passou pelo Rio de Janeiro em Abril de 2009. Lembram?
Por dever de ofício, tenho acompanhado de perto as largadas da "perna" Brasileira da regata de volta ao mundo e sempre fico com a impressão de que cada barco está indo numa direção, a ponto de quase colidirem. Mesmo bem próximo, não se consegue definir quem está à frente, tal a disparidade entre os caminhos escolhidos. Cada navegador eleje o que lhe parece mais apropriado em função do vento.
Já que estamos tão perto, eu os convido a tomar um Plazil ou Dramin (nunca sei) e entrar a bordo, tendo o cuidado de não atrapalhar a movimentação febril dos tripulantes: cada um sabe exatamente o que tem que fazer; precisão, concentração, coragem, preparo físico e psicológico para 4 ou 5 semanas, que é duração média de cada etapa, molhados até a alma mas sem banho decente. Força mental, espírito de equipe e focalização são pré requisitos indispensáveis. Que tal?
Só quando chegam no mar alto será possivel saber a posição na corrida. Ocorrerão ainda desvios de rota, atrasos, erros de cálculo, quebra de mastros, velas danificadas, doença ou acidente com os tripulantes e, suprema regra do mar que nenhum competidor ousa negligenciar: retorno para ajudar outro barco em grande dificuldade mesmo sob o risco de perder a posição.
Mas o objetivo é claro: chegar o mais rápido possível de preferência em primeiro, mas conduzindo tripulação e barco em segurança ao porto, ao objetivo, à vitória ou simplesmente à vitória de chegar.
Acho que temos algo a aprender com esses lobos do mar, esteja ou não o nosso barco no momento com a proa para a direção certa...
Leo
(se alguém se interessou em conhecer um pouco mais sobre essa regata e o que passam os tripulantes de um barco a vela numa "voltinha pelo mundo" como essa, sugiro o livro Lobos do Mar com depoimentos do próprio Torben a Murilo Novaes)
Este texto faz parte do exercício criativo: "Mudança dos Ventos". Para conhecer outros, por favor acessem:
http://encantodasletras.50webs.com/mudanca.htm
Um aviso necessário: não confundir a imagem da foto com a da cidade de São Paulo nesses dias. Feita essa ressalva, vou para um assunto quase tão sério quanto esse: mudança dos ventos.
Algumas vezes, sentimos que as coisas não vão assim tão bem e que o mundo parece estar conspirando contra nós e nossos planos. Parece que o nosso barco está navegando de lado ou parado numa calmaria enervante.
Facilitaria se aceitássemos que é mesmo impossível seguir todo o tempo em linha reta e, claro, não estou falando de retidão de caráter e não concessão para qualquer tipo de falcatrua. Refiro-me à dificuldade em manter o barco na linha, com a proa sempre voltada para o sonho.
Permitam-me uma comparação: Alguém já viu a largada de uma regata oceânica como essa da foto?
Eu já, dessa em que os veleiros percorrem mundos e fundos durante quase 1 ano, que tem como escala obrigatória o Brasil e na última versão foi ganha pelo barco Sueco capitaneado pelo Torben Grael, Brasileiro sim senhor e que nos incha o ego por ter ganho 5 medalhas olímpicas , coisa que no iatismo ninguém em todo o mundo ainda conseguiu e, de quebra, é o Brasileiro que mais medalhas olímpicas ganhou.
A última "Volvo", como ele mesmo diz, passou pelo Rio de Janeiro em Abril de 2009. Lembram?
Por dever de ofício, tenho acompanhado de perto as largadas da "perna" Brasileira da regata de volta ao mundo e sempre fico com a impressão de que cada barco está indo numa direção, a ponto de quase colidirem. Mesmo bem próximo, não se consegue definir quem está à frente, tal a disparidade entre os caminhos escolhidos. Cada navegador eleje o que lhe parece mais apropriado em função do vento.
Já que estamos tão perto, eu os convido a tomar um Plazil ou Dramin (nunca sei) e entrar a bordo, tendo o cuidado de não atrapalhar a movimentação febril dos tripulantes: cada um sabe exatamente o que tem que fazer; precisão, concentração, coragem, preparo físico e psicológico para 4 ou 5 semanas, que é duração média de cada etapa, molhados até a alma mas sem banho decente. Força mental, espírito de equipe e focalização são pré requisitos indispensáveis. Que tal?
Só quando chegam no mar alto será possivel saber a posição na corrida. Ocorrerão ainda desvios de rota, atrasos, erros de cálculo, quebra de mastros, velas danificadas, doença ou acidente com os tripulantes e, suprema regra do mar que nenhum competidor ousa negligenciar: retorno para ajudar outro barco em grande dificuldade mesmo sob o risco de perder a posição.
Mas o objetivo é claro: chegar o mais rápido possível de preferência em primeiro, mas conduzindo tripulação e barco em segurança ao porto, ao objetivo, à vitória ou simplesmente à vitória de chegar.
Acho que temos algo a aprender com esses lobos do mar, esteja ou não o nosso barco no momento com a proa para a direção certa...
Leo
(se alguém se interessou em conhecer um pouco mais sobre essa regata e o que passam os tripulantes de um barco a vela numa "voltinha pelo mundo" como essa, sugiro o livro Lobos do Mar com depoimentos do próprio Torben a Murilo Novaes)
Este texto faz parte do exercício criativo: "Mudança dos Ventos". Para conhecer outros, por favor acessem:
http://encantodasletras.50webs.com/mudanca.htm