Girassol

O sol, encoberto pela beleza das nuvens, os girassóis desorientados sem saber para onde voltar as suas atenções, pela primeira vez se entreolhavam percebendo a beleza de seus vizinhos, descobrindo em outras flores o encanto de si mesmas.

Algo precocemente julgado ruim traziam consigo as surpresas que o desapontamento carrega, como um preço que se paga para ter os olhos abertos. Perde-se para ganhar, encontra-se aquilo que nem imaginávamos no despropósito da procura pelo nada, encontrando assim o indispensável pelo acaso.

Desconstruindo os sentidos diante do questionamento do significado e propósito de viver, a resposta pessoal e única para quem digere a pergunta vital e tenta regurgitar algo que justifique as suas veias dilatadas pulsando, busca no passado um objeto concreto, quando a sua resposta grita, nada !

Sussurra tal como argumento que sugere o suicídio, nada, para nada que se vive, o nada ansioso por qualquer sinal de qualquer coisa em cada esquina, no despropósito encontrar-se-á em controvérsia o sentido para que então uma biografia póstuma encerre em suas últimas linhas com um epitáfio que dirá, por mais pretensioso o autor, coisas que o biografado nunca imaginou, fica aí uma idéia sobre ídolos e heróis, os fiéis que erigem as estátuas, significa o que parece ser por pretender muito mais que fazer.

No caos, no qual imagina-se uma lógica, perde-se o sol, para se ganhar a vida quando os olhos aprendem a olhar nós mesmos nos espelhos próximos.