PRESENTE DE NATAL = EC
Aproxima. se o Natal e com ele uma série de preocupações.
Claro que não me refiro à comemoração da vinda do Cristo ao nosso planeta, mas a essa euforia de compras, decoração da casa, preocupação com o que serviremos à ceia como se para comemorar a data devêssemos comer o dobro ou o triplo do usual.
Jesus aparece sim, como não, nos cartões de Boas Festas, nas músicas, nas celebrações festivas das igrejas, nos presépios artísticos, mas não parece ser ele o Divino Aniversariante, mas apenas um detalhe na festa que não tem nada com ele.
Bem, Jesus é muito superior às fraquezas humanas e por certo não vai ofender-se com a futilidade com que comemoramos a sua data.
Uma dentre as várias preocupações, são os presentes, os verdadeiros vilões da festa.
Para quem dar? O que dar?
O namorado de Lígia convidou-a para passar o Natal com sua família que ela ainda não conhecia.
Ele achava que era ótima oportunidade para apresentá-la a todos. Ela não estava gostando muito, mas como dizer isso a ele?
Sua maior preocupação, os presentes.
Na sua família todos trocavam pequenos presentes, faziam brincadeiras, mandavam mensagens, a festa era alegre e descontraída.
Ela não sabia qual o costume da família dele. Por muito que se diga que o valor material do presente não importa, todo mundo sabe que não é bem assim.
Quando se oferece muitos presentes estes tem que ser de menor valor por motivo óbvio, mas se ela chegasse com um monte de bugigangas para todos os parentes dele e ninguém desse nada para ela? Todo mundo ia ficar chateado.
Será que a futura sogra lhe daria um presente? O que poderia dar para retribuir?
Se oferecesse uma bijuteria e recebesse uma joia ia ficar muito sem graça, mas se levasse uma bolsa chiquérrima e ela lhe desse uma carteirinha também seria desagradável.
E para as crianças então? Esses adoráveis diabinhos são imprevisíveis, podem adorar uma coisa insignificante e não achar graça em outra de valor muito maior.
A televisão fingindo ajudar nas escolhas só faz piorar a situação, pois as crianças veem todas as novidades, os pais compram tudo que elas querem e quem se dispõe a presenteá-las corre sério risco de o diabrete abrir o pacote e dizer simplesmente:
- Que carrinho mixo!
Ou:
- Olhe Mãe, igual àquele que eu ganhei na rifa e dei para o Chiquinho.
- Tia, essa boneca não faz nada? Não anda? Não fala? Não come?
- Droga! Eu pensei que fosse um celular de verdade...
- Eu não gosto de chocolate crocante!
E por ai afora.
Os adultos que já aprenderam as normas básicas da boa educação disfarçam a decepção, mas, nem sempre conseguem fingir que adoraram a blusa dois números menor do que o seu ou o colar de bolas enormes que nunca usará.
E, por fim, o que era para ser agradável acaba provocando preocupação e constrangimentos.
Seria preferível que se trocasse apenas um afetuoso abraço. E que pudéssemos colocar na árvore os valores verdadeiros em vez das bolas douradas.
Que não me ouçam os comerciantes!