Por que nos desesperamos?

Nesta crônica, vou expor um momento que todo ser humano já passou, está passando ou passará na trajetória de sua existência terrena. O momento doloroso denomina-se: Desespero.

Ah, que diacho de sentimento mal é esse? Bem, é algo que dói, dói demais. E nem adianta ir ao médico, porque ele certamente não terá recursos medicinais para detectar essa dor; muito menos remédio específico para prescrever, afinal ele também já sentiu essa dor em algum momento de sua vida, e, mesmo com toda a sua vivência e experiência no campo que atua, foi incapaz de ingerir um medicamento 'potente' para sanar, amenizar, atenuar ou mesmo sedar, aquela dor que a malvada enfermidade, denominada: Desespero, trás ao âmago do ser humano.

Uma coisa que descobri no decorrer de minha vida, foi que nós temos uma grande parcela de culpa na ocorrência e instalação do Desespero em nosso ser.

Pois é: Essa coisa malvada vai chegando devagarzinho, sutilmente, quase que imperceptivelmente, e, quando nos damos conta, estamos tomados, totalmente domados por esse sentimento perverso, chato, doloroso, irritante, invasivo e - digamos - até matador! É, essa droga mata! Mata mesmo!

Tive uma amiga que deu cabo de sua vida, ateando fogo em seu próprio corpo, pois a coitada estava tomada pelo Desespero, sua família não deu importância aos sinais que ela deixava aqui e acolá, e recordo-me que numa tarde, nós (eu e ela) cantamos juntas uma música bela, conversamos algumas coisinhas, mas para minha tristeza, no dia seguinte, ela executou o intento que estava tão patente entre nós que a conhecíamos.

Tenho convicção que minha parte eu fiz, mas infelizmente a família dela não o fez, não a ajudou, não estendeu a mão, não a compreendeu, não a levou à sério, e minha amiga partiu e só me restou a letra da música: ... " E mesmo quando eu chorar, as minhas lágrimas serão, para regar a minha fé e consolar meu coração, pois os que choram aos pés da cruz, clamando em nome de Jesus, alcançará de ti Senhor, misericórdia, graça e luz..." (Kleber Lucas).

Estejamos, portanto, atentos aos sinais de nossos amigos, sejamos solidários enquanto há tempo. De que adianta chorar depois, sabendo que poderia e deveria fazer algo enquanto o coração ainda pulsava dizendo: "-Deixe-me viver! Quero matar meus problemas, não minha vida! Ajude-me!".

Essa praga, denominada: Desespero, é uma lepra que assola a sociedade hodierna e muita gente faz 'vista grossa', quando deveria simplesmente estender a mão. Sem lançar em rosto, hein? Senão perde o sentido e o real valor.

Você conhece alguma criatura desesperada?

Que tal estender sua mão?

Muita gente está preocupada em salvar a natureza - nada contra - mas nada faz para salvar uma vida. Vida esta que irá cuidar da natureza, afinal até necessita dela para sobreviver!