A ADOÇÃO

Peixoto chegou no bar sem falar coisa alguma, sentou-se e com um gesto nas mãos chamou o garçon e acenou pedindo uma dose de cachaca. Estava ali, praticamente, mudo e quase que imóvel, não fosse o seu dedo indicador a circular a “boca” do copo. Por um momento começa a refletir, um filme a passar em sua mente;

Recorda que há bem pouco tempo atrás era um homem feliz, quase que realizado, não fosse a falta de um herdeiro em seu harmonioso lar. Fizera várias tentativas de ter um filho, mas os exames constatavam que era estéril o que lhe deixara completamente na condição de sentir-se um impotente no tocante ao dom divido na paternidade. Tomara uma decisão em conjunto com sua esposa; a de adotar um pequeno bambino, aquela adoção com certeza iria abrilhantar a vida do casal.

Naquela tarde tinham decidido ir até um orfanato e iniciar um processo legal de adoção. No entanto, como o futuro a todos reserva uma sorte a qual não podemos modificar, com ele não fora diferente.Ao passar numa movimentada avenida de sua cidade deparou com uma cena que lhe comoveu em demasia.Viu uma criança,um menino de aproximadamente uns seis ou sete anos de idade a mendigar esmolas em pleno sinal. Peixoto então se aproximou da criança e indagou:-

- Tudo bem ? como voce se chama meu filho.

- Meu nome é Zezinho, Senhor.

- Você tem família? Onde voce mora?

- Tenho familia não senhor, moro na rua e vivo da bondosa esmola das pessoas, que por aqui passam e me dão alguns trocados.

- Você gostaria de passar uns dias lá em casa, comigo e com a minha esposa e quem sabe com o tempo se você quiser, quem sabe se torne até parte da família.

- É claro senhor ... O senhor não vai se arrepender pois eu sou muito trabalhador e gosto de ajudar as pessoas.

Peixoto não contou conversa, tratou de acomodar o garoto dentro de seu veículo. A medida que ia se dirigindo para a sua casa ia pensando só com os seus botões: ‘uma criança, um filho homem , agora sim eu terei uma família completa”. Ao chegar em sua residência e relatar o ocorrido, sua esposa a princípio não gostou muito da idéia por se tratar de um menino de rua.

Naquele momento acabara de chegar uma carrada de tijolos que precisava ser colocada dentro do quintal do Sr. Peixoto. Zezinho tomou logo a iniciativa e foi correndo acomodar aquele milheiro de tijolos. O garoto era forte ao ponto de carregar 08 tijolos de uma só vez. Em 25 minutos tinha terminado todo o serviço. Foi convidado pra almoçar repetiu o prato quatro vezes, o Senhor Peixoto pensou; “coitadinho deve estar com muita fome, por ter descarregado sozinho um milheiro de tijolos”. Bebeu praticamente dois litros de água. Foi então que a esposa de Peixoto falou:

- Amor eu vou dar um banho no Zezinho.

- Pois não a vontade querida.

Dois minutos depois Peixoto escutou um grito feminino vindo do banheiro. Imediatamente correu e presenciou a sua esposa assustada e estatalada próximo a pia enquanto Zezinho estava tranquilamente peladão tomando o seu banho. O que assustou a esposa de Peixoto foi o “instrumento’ do garoto que mais parecia ‘o Cajado de Moises”. Uma coisa assombrosa, Peixoto foi logo perguntando:

- Zezinho quantos anos você tem??/

- Só trinta e seis tio Peixoto.............

Peixoto adotara um anão. Bote mais uma seu garçon....

VITOR SERGIO
Enviado por VITOR SERGIO em 08/07/2010
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