ESCREVER UMA CARTA ERA A INTENÇÃO – NÃO ESCREVI. NÃO MANDEI   (EC)                      
 

Confesso que criei todo um clima para escrever uma carta falando de  sentimentos, de amor, a intenção era que, depois de escrita colocar numa garrafa e jogar ao mar endereçada a um alguém indefinido. Mas cadê palavras? Fugiram todas e eu me indaguei a razão dessa fuga.  Aos poucos fui descobrindo que não havia mais nada para falar, exaltar nesse sentido, é como se repente eu fosse assaltada por uma tomada de consciência e me visse, hoje, valorizando  sentimentos que não correspondem a verdade, e uma sensação de ridículo foi tomando conta de mim, ao mesmo tempo em  que eu me sentia diminuindo de tamanho até me tornar um nada.

 
E desse nada que me tornei, começo a ressurgir com o meu sorriso largo, com a minha alegria de viver, com a minha palavra fácil e com a lembrança de cartas de amor já escritas  que o tempo não conseguiu apagar...


 Nessa época, para mim, o amor era verdadeiro... É uma pena que o Cláudio já não exista para confirmar...

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 14/06/2010
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