Escrito nas estrelas

Algo nas estrelas me inquieta. Cismo tanto, e desde a infância pensava em ser astronauta. Chegava a contar dezenas delas, do pequeno espaço destinado à janela do meu quarto. Espaço que não era suficiente para contê-las, mas era necessário para admirá-las.

Luneta nunca tive, mas aproveitei muito e durante muito tempo, um pequeno binóculo. Este, não existe mais, porém o encantamento pelos pontos luminosos permanece intacto desde então. Desvendá-las para mim é impossível, apreendê-las, talvez, através das fotos e da literatura.

E as fotos são muitas. Para que eu possa guardá-las, ou ao menos imaginar que estou fazendo isto. Na literatura elas aparecem aos poucos, como em dia nublado. Ontem mesmo eu lia a respeito enquanto organizava as fotos e tomava café. Não há dia marcante que se respeite, sem a presença delas, desde o nascimento de Jesus. Enquanto lia, eu imaginava uma delas. Brilhante e segura, com a firme missão de mostrar onde estava o menino. Menino de sorte!

E as letras de música? Guardo todas as que as tem como tema. Assim monto minha pequena constelação. Vivas, mortas, todas elas. Constelação essa, que tenho a hora que desejo ao alcance dos dedos, Não tenho sorte também?

A pausa para o café termina, mas esperança está acesa como uma delas. Está escrito. Um dia ainda serei astronauta!

27/05/2010