E ROMA CONTINUARÁ ETERNA
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
(O Amor Quando se Revela / Fernando Pessoa)
Ontem recebi um telefonema injuriado de uma amiga minha. É do tipo mal casada, mas isto não a impede de viver de bem com a vida; dois filhos adolescentes, jovem, bonita e elegante. O motivo do telefonema
injuriado era por conta do disse-me-disse, que corria à boca pequena no clube, na academia, no ambiente de trabalho do marido e do dela também. O comentário era de que ela estava tendo um caso com o marido de sua melhor amiga, havia até quem jurasse que a viu sair de um motel com o dito cujo. Indaguei dela se nessa história havia algum fundo de verdade. Disse-me que eu a conhecia bem e sabia do seu jeitão descontraído de ser, que falava e brincava com todo mundo.
Foi quando, para descontrair brinquei com ela , lembrando Fernando Pessoa: “você fala parece que mente”. Ela soltou uma risada e eu completei: Você se garante que não é o que parece, não se garante? -
Naturalmente - foi a resposta (sem muita convicção). Ah, então deixa pra lá! Afinal, você não se chama Pompéia, seu amante não se chama Clódio, não é casada com César , então, não precisa parecer honesta . E pode deixar que Roma continuará eterna!
O telefone bateu lá e cá...
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Não É o Que Parece
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