Assim é se lhe parece? (EC)
Assim é se lhe parece, disse Pirandelo e assim tornou-se um dito popular, atravessando mares e montanhas. Não, não é, por mais que se queira que seja. O que parece ser, muitas vezes não é, pois as aparências enganam com muita freqüência. O que os meus olhos vêem, o que meus ouvidos ouvem, o que cheira meu nariz, tudo pode ser mascarado por sombras invasivas que não percebo.Conto uma historinha para ilustrar.Engano ocular, engano da percepção do amor.
Recebi através de um PPS quando já estava desistindo de escrever esse texto. Isso tem acontecido muito comigo, mal recebo o desafio e ele me parece impossível de ser feito, um verdadeiro absurdo e eu digo este eu não vou fazer. Então uma coisa que parece outra aparece e tudo fica claro como um dia de sol. Sem nuvens.
A historinha, contado do meu jeito.
Dois vizinhos com crianças. Famílias amigas por causa dos filhos. Um dos pais dá um coelho aos filhos, o outro, logo a seguir, compra um cachorro. O dono do coelho reclama: seu cachorro vai matar meu coelho. O dono do cachorro garante – vai não, se crescerem juntos vão ficar amigos. E ficam. É emocionante ver a amizade dos dois.
Um dia o dono do Coelho vai viajar com a família e deixa o bichinho em casa. O cachorro, desaparecido durante todo o dia, aparece, já no crepúsculo, trazendo o coelho pela boca. Sujo, coberto de terra, deposita-o no chão, junto ao seu dono. Está morto. Apavorado toda a família se enfurece com o pobre o cão, que fica apenas ganindo, em uma tristeza de dar dó. Como se tivesse compreendido o que tinha feito. Seu dono, apavorado, não querendo a inimizade do vizinho, lava o coelho e o leva de volta para o quintal do outro colocando-o em sua casinha.
Na manhã seguinte os vizinhos voltam. O dono do cachorro, atento, ouve os gritos: “ele voltou, ele voltou”. Ouve a algazarra do outro lado. Aflito, aparece na casa do vizinho para ver o que tinha acontecido. O vizinho diz: “coisa estranha aconteceu. Ontem antes de sairmos, as crianças viram que o coelho estava morto. Nós o enterramos antes de sairmos. No entanto, ao chegarmos hoje, lá estava ele, limpinho, espichado em sua casinha. Morto, parecendo que estava vivo. Morto, mas desenterrado. O que terá acontecido?”
Não sei se um vizinho teve coragem de contar para o outro o que realmente acontecera, mas sei que o cachorro foi paparicado durante toda a semana.
(http://www.encantodasletras.50webs.com/naoparece.htm
Assim é se lhe parece, disse Pirandelo e assim tornou-se um dito popular, atravessando mares e montanhas. Não, não é, por mais que se queira que seja. O que parece ser, muitas vezes não é, pois as aparências enganam com muita freqüência. O que os meus olhos vêem, o que meus ouvidos ouvem, o que cheira meu nariz, tudo pode ser mascarado por sombras invasivas que não percebo.Conto uma historinha para ilustrar.Engano ocular, engano da percepção do amor.
Recebi através de um PPS quando já estava desistindo de escrever esse texto. Isso tem acontecido muito comigo, mal recebo o desafio e ele me parece impossível de ser feito, um verdadeiro absurdo e eu digo este eu não vou fazer. Então uma coisa que parece outra aparece e tudo fica claro como um dia de sol. Sem nuvens.
A historinha, contado do meu jeito.
Dois vizinhos com crianças. Famílias amigas por causa dos filhos. Um dos pais dá um coelho aos filhos, o outro, logo a seguir, compra um cachorro. O dono do coelho reclama: seu cachorro vai matar meu coelho. O dono do cachorro garante – vai não, se crescerem juntos vão ficar amigos. E ficam. É emocionante ver a amizade dos dois.
Um dia o dono do Coelho vai viajar com a família e deixa o bichinho em casa. O cachorro, desaparecido durante todo o dia, aparece, já no crepúsculo, trazendo o coelho pela boca. Sujo, coberto de terra, deposita-o no chão, junto ao seu dono. Está morto. Apavorado toda a família se enfurece com o pobre o cão, que fica apenas ganindo, em uma tristeza de dar dó. Como se tivesse compreendido o que tinha feito. Seu dono, apavorado, não querendo a inimizade do vizinho, lava o coelho e o leva de volta para o quintal do outro colocando-o em sua casinha.
Na manhã seguinte os vizinhos voltam. O dono do cachorro, atento, ouve os gritos: “ele voltou, ele voltou”. Ouve a algazarra do outro lado. Aflito, aparece na casa do vizinho para ver o que tinha acontecido. O vizinho diz: “coisa estranha aconteceu. Ontem antes de sairmos, as crianças viram que o coelho estava morto. Nós o enterramos antes de sairmos. No entanto, ao chegarmos hoje, lá estava ele, limpinho, espichado em sua casinha. Morto, parecendo que estava vivo. Morto, mas desenterrado. O que terá acontecido?”
Não sei se um vizinho teve coragem de contar para o outro o que realmente acontecera, mas sei que o cachorro foi paparicado durante toda a semana.
(http://www.encantodasletras.50webs.com/naoparece.htm