E AGORA, RIU OU NÃO RIU?
Tem quem discorde de mim, mas eu acredito que felicidade é um estado de alma, pois é da alma que se lança mil e uma manifestações. É como o sol visto por Lucrécio, que o considerava uma fonte fecunda de luz, substituindo sempre os seus raios por outros raios mais novos e brilhantes.
Sei que às vezes eu me apresento por aqui feito Perséfone, filha de Deméter, que carregava nas costas a tristeza do mundo todo. Mas hoje não. Hoje eu estou feliz e prometi escrever um texto alegre, afinal, melhor do que a tristeza é o riso, que cura, alegra, diferencia e é um atributo generoso do ser humano, um privilégio das pessoas felizes.
Mas espere! Eu não acredito na observação singela de quem muito ri é feliz e de quem muito chora é infeliz.
É... e quem disse que eu tenho jeito... quer me ver colocar um pouco de areia nesta história do riso? Segundo o professor Ozaí, docente da Universidade de Maringá, Paraná (UEM), na teologia medieval, o riso é reconhecido como próprio do homem, mas em geral censurado sob o argumento de que Jesus não teria rido em sua vida terrena. Daí o ser humano é ambíguo: é o único animal capaz de rir, e neste sentido superior aos demais animais; mas é inferior em relação à divindade – e esta, que se saiba, não ri. Jesus seria a expressão dessa ambigüidade. Segundo o historiador Jacques Le Goff.
E agora, riu ou não riu para demonstrar a minha felicidade ou para provar a minha ambigüidade?
Tem quem discorde de mim, mas eu acredito que felicidade é um estado de alma, pois é da alma que se lança mil e uma manifestações. É como o sol visto por Lucrécio, que o considerava uma fonte fecunda de luz, substituindo sempre os seus raios por outros raios mais novos e brilhantes.
Sei que às vezes eu me apresento por aqui feito Perséfone, filha de Deméter, que carregava nas costas a tristeza do mundo todo. Mas hoje não. Hoje eu estou feliz e prometi escrever um texto alegre, afinal, melhor do que a tristeza é o riso, que cura, alegra, diferencia e é um atributo generoso do ser humano, um privilégio das pessoas felizes.
Mas espere! Eu não acredito na observação singela de quem muito ri é feliz e de quem muito chora é infeliz.
É... e quem disse que eu tenho jeito... quer me ver colocar um pouco de areia nesta história do riso? Segundo o professor Ozaí, docente da Universidade de Maringá, Paraná (UEM), na teologia medieval, o riso é reconhecido como próprio do homem, mas em geral censurado sob o argumento de que Jesus não teria rido em sua vida terrena. Daí o ser humano é ambíguo: é o único animal capaz de rir, e neste sentido superior aos demais animais; mas é inferior em relação à divindade – e esta, que se saiba, não ri. Jesus seria a expressão dessa ambigüidade. Segundo o historiador Jacques Le Goff.
E agora, riu ou não riu para demonstrar a minha felicidade ou para provar a minha ambigüidade?