“AMOR É O QUE SE APRENDE NO LIMITE”




 
Para depois de tudo o que é o homem na natureza? Um nada em relação ao infinito, tudo em relação a nada, um ponto central entre o nada e tudo e infinitamente longe de entender qualquer um. As extremidades das coisas e suas origens são inexpugnáveis escondidas dele em um segredo impenetrável. Ele é igualmente incapaz de ver o nada de onde foi extraído e o infinito em que está envolvido.

Este é o pensamento do filósofo Blaise Pascal, considerado com justeza como pensador do homem.

Pascal pensava o homem e eu me penso e quando me vejo perdida nos meus próprios pensamentos, querendo me libertar de presumíveis amarras e estabelecer teorias fora dos padrões, me vem à lembrança a figura do francês de Besançon, de nome Proudhon, (1809/1865), considerado o pai do anarquismo e que gostava de chamar-se “aventureiro do pensamento”. De alguma forma eu também me sinto uma aventureira do pensamento e como tal não me autoprogramo, não recebo tanta influência de tudo o que leio, pois nem sempre atinge o meu subconsciente, culpa, acho,  da severidade do meu consciente,  que é por demais analítico e bloqueador. Assim, vivo a arte da procura, da reflexão a partir da razão para retornar ao meu próprio pensamento, que de tão perdido, pode  levar a me sentir uma “Coisa, coisamente” (Eu Etiqueta / Drummond)
 
Citei Drummond, lembrei existencialismo... “Nem existir é mais que um  exercício / de pesquisa de vida um vago indício, / a provar a nós mesmos,que vivendo,/ estamos para doer, estamos doendo”.
 
Há quem afirme, que o amor na visão existencialista de Drummond, seria um sentimento dialético que provoca a eterna vontade de seguir, isto porque assim ele poeticamente se expressou: “Amor é o que se aprende  no limite / depois de se arquivar toda a ciência / herdada ouvida / Amor começa tarde.” 

 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 04/03/2010
Reeditado em 04/03/2010
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