NÃO É FÁCIL A VIDA DE QUEM ESCREVE
 
 

Li num desses blogs da vida o que é ser escritor, e lá diz que um escritor tem o dever e a obrigação de jamais ser compreendido por sua geração - ou nunca chegará a ser considerado um gênio, pois está convencido de que nasceu numa época onde a mediocridade impera. Um escritor sempre faz várias revisões e alterações em cada frase que escreve. O vocabulário de um homem comum é composto de 3 mil palavras; um verdadeiro escritor jamais as utiliza, já que existem outras 189 mil no dicionário, e ele não é um homem comum.

Diz também, que um escritor entende de temas cujos nomes são assustadores: semiótica, epistemologia, neoconcretismo. Quando deseja chocar alguém, diz coisas como ‘Einstein é burro’ ou ‘Tolstói é o palhaço da burguesia’. Todos ficam escandalizados, mas passam a repetir para os outros que a teoria da relatividade está errada, e que Tolstói defendia os aristocratas russos.

Ironias à parte, não é fácil a vida de quem escreve. Goethe que o diga. Quando escreveu Werther, lá pelos idos de 1774, provocou uma comoção geral entre os jovens, uma onda de suicídios tomou conta da Alemanha. Os jovens tentavam imitar a personagem, que suicidou-se, só que Wherther não tinha existido  verdadeiramente: era apenas uma criatura da fantasia de Goethe, uma personagem de ficção. Daí o desabafo do escritor quando afirmou: “ Onde eu me sentia liberto e aliviado, porque havia transformado a realidade em poesia, meus amigos se enganaram, acreditando que se devia transformar a poesia em realidade”.

Nós, que escrevemos, quantas vezes não somos tomados como personagens dos nossos enredos , quando na realidade não passam de criaturas frutos da nossa imaginação para as quais  criamos toda sorte de situações que de fato não vivemos como ser real?

É uma exposição, é um risco que se corre, mas que é bela a condição de escritor é, somos como um deus, criamos criaturas, damos vida e as manipulamos ao nosso bel prazer. Quanto às interpretações, faz parte, nada que não possa ser suportado e entendido..
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 11/02/2010
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