DO RETRATO QUE ME PINTO
 

 
Amor é breve,
Esquecer é demorado”.
(Pablo Neruda).
 
 
Pablo Neruda... Gosto deste poeta. Foi a minha leitura de ontem à noite, e deu o que pensar...Pensar... Pensar que não é bom ser  moldura, melhor ser  quadro e se é para pintar, não estou querendo fazer do sol uma mancha amarela, eu quero mesmo é fazer de uma mancha amarela o próprio sol.
 
Agora, me diga, pra quê, e o que eu quero provar com essa mancha amarela, qual a diferença que seja sol, ou apenas uma mancha amarela? Qual o sentido deste desejo meu? Quando nada faz sentido e a nós só é oferecido nascer, viver, morrer. Nascer, não  lembro; viver,  será que tenho me esforçado? Morrer. E, com a “indesejada”, nos é oferecido de bandeja, o sofrimento, o pesar.
 
Ah, caríssimo, caríssima, nunca leve muito a sério o que eu escrevo. Sabe, sou um pouco Mário Quintana no retrato que me pinto... - risco a risco – às vezes me pinto nas alturas feito nuvem, às vezes me pinto grama...  às vezes nada pinto, tela branca... pinto coisa  que nem existiu... e que nunca existirá... e, desta eterna busca  – “pouco a pouco – minha eterna semelhança, no final, que restará? Um desenho de criança... Terminado por um louco!” (Um pouco de mim ou pouco de Mário Quintana)
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 09/02/2010
Reeditado em 09/02/2010
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