ARQUEÓLOGOS DO ALÉM

ARQUEÓLOGOS DO ALÉM

Alguns, mais rijos em seu conceito, ao observarem os usos e costumes da nossa era, dirão ou concluirão que a humanidade está se pervertendo ao invés de evoluir, no seu senso moral. Essa conclusão será, talvez, justa, se não abrangemos o todo e ficarmos somente no terra-a-terra.

Apesar da perversão aparente havida no seio das sociedades de todos os tempos, sua pseudo contenção moral era só à luz da rija cultura insólita que as regiam. Uma espécie de simulação que atingia todas as camadas sociais, em todos os setores da vida. A maior hipocrisia crítica existente por trás dessa aparente moralidade, na época só exigida para o sexo feminino, deturpava toda a cultura de uma era. O machismo implantado e, por que não, oficializado, entre os povos europeus, dizia da grande diferença que separava os dois sexos. Os homens tudo podiam em detrimento às mulheres, que nem sequer vida cívica lhes era permitida, quanto mais acharem-se formosamente femininas, sensíveis e suscetíveis aos gozos do corpo. Isso só dá evidências nítidas que, em todos os tempos, a humanidade guarda resquícios dos costumes primevos, da idade da pedra, quando aos machos, ainda sem progresso intelectual e moral e sem o espírito preparado para o óbvio da igualdade, cabia a chefia incondicional da família. Esse módulo foi copiado dos animais brutos que, por instinto da lei do mais forte, engalfinham-se pela alimentação, pelo território em que acham esses víveres, estendendo-se às fêmeas, que eles disputam entre si como troféus.

Se aventamos esses costumes como sendo próprios de antes dos tempos ditos modernos, temos que lembrar que ainda em nossos dias acontecem. Após a revolução feminista dos anos cinquenta, do século passado, que forçou o surgimento de leis favoráveis a esse movimento, todos os dias verificamos, ainda, a existência potencialista desse machismo. O hábito de considerar a mulher propriedade particular do homem, com “escritura” passada ou não, a que dão a denominação eufemista de “ciúme”, ainda enche delegacias, mata mães de família e destrói lares. Vê-se claramente a presença das reações do instinto animal na sociedade humana.

Essas coisas, que já são compreensíveis aos espíritos encarnados que vivem neste século XXI e só compatíveis com os parcos avanços da ciência e do senso moral dos séculos anteriores; repito, essas coisas, nada mais são que a comprovação da verdade dita pelos espíritos superiores nos anos cinquenta do século XIX, e cujas palavras foram trazidas até nossos dias nos livros de Alan Kardec.

Tive a honra e o prazer de ler hoje uma crônica, sob o título de “As Novas Crianças”, da colega recantista Giustina. Lá, em sua crônica, essa colega traz à tona uma explicação sobre as crianças, que em nossa ignorância espiritual de pobres homens encarnados, denominamos “crianças superdotadas”, achando, alguns, mil razões para a compreensão do fato a partir do plano terreno.

Voltando um pouco na minha cônica, sinto que as informações da colega Giustina servem de potente alavanca para que eu compreenda melhor as declarações dos espíritos, cujo compêndio deu origem aos diversos livros do codificador do espiritismo.

O Planeta Terra é originalmente um mundo de expiação. Com uma pitadinha de humor, poderíamos dizer que os espíritos pecadores, depois de muitíssimas encarnações e, cansados de tantos pecados cometidos e através deles receberem as intuições para o necessário crescimento moral e intelectual, reencarnam neste globo terrestre. Esse novo nascimento dar-se-á nas mais diversas raças e condições sociais. E, em suportando dignamente as penúrias da pobreza e/ou aplicando para o bem do próximo as fortunas recebidas, habilitam-se, dia a dia, até seu novo desencarne, a expiar todas as faltas cometidas nas reencarnações anteriores, habilitando-se para serem promovidos.

As crianças a quem denominamos “superdotados”, são, na realidade, espíritos de luz que o Criador fez reencarnar aqui com a missão de trazer, com seus exemplos, mais luz ao Planeta, já com vistas à sua promoção, de mundo de expiação que é atualmente, para mundo de regeneração. Como vemos e sentimos, na atual condição, em nosso mundo predomina o mal. Nos mundos de regeneração ainda existe o mal, mas é predominante o bem. E esses espíritos, precocemente mais inteligentes, hão de moralizá-lo nos diversos campos em que atuarem, proporcionando incrementar o senso de justiça e, com ele, incrementar mais o amor, a lealdade e a fraterna interação entre os povos.

Ao meu ver é o estágio preparatório, a primeira camada arqueológica espiritual dos arqueólogos do além, na compactação de um mundo de regeneração.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 28/01/2010
Reeditado em 28/01/2010
Código do texto: T2055737
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