Eu e a Música: o pesado e o leve da minha vida

Quando ouço música sempre me vem a lembrança dos meus tempos de menina, de como gostava de cantar. Quando pequena meus tios até pagavam para eu fazer dueto com eles, e eu, que não era boba, gostava das duas partes: cantar e ganhar o dinheiro. Eram músicas dramáticas demais para minha idade, mas outras eram verdadeiros poemas.

Meu pai não gostava que ouvíssemos música na sua radiola. Nela dava para colocar vários discos, era o máximo. Quando ele saía corria para ouvir os discos escondida, depois guardava tudo direitinho para ele não desconfiar. Ouvir escondido era mais emocionante!

O tempo foi passando e eu já gostava de ouvir Elvis Presley, Neil Sedaka e Poul Anka. O tempo continuava passando, já não podia ouvir as minhas músicas, trabalhava à noite e pela manhã tinha aula na faculdade.

Depois me casei, na lua de mel já engravidei e todo o ano vinha mais um rebento. Cinco no total! Para agüentar essa rotina só com muita música.

Até que um dia perdi um filho. Meu ouvido ensurdeceu, minha boca calou. Passaram-se muitos anos até eu voltar a ouvir música, que voltou a fazer parte da minha vida. Mais uma vez meu gosto mudou, aprendi com os filhos já adultos a gostar de rock, e ouço vários outros gêneros. Os meus preferidos atualmente são o Metallica, Illuminate, Lacrimosa, System of a Down, Fábio de Melo e O Rapa. Não sei por que o verdureiro quando traz as compras fica tão espantado, será que depois dos 60 tenho que ouvir apenas Nélson Gonçalves?

Meu gosto é meio estranho, meio eclético, mas enquanto puder ouvir e cantar não vou mudar. A minha nova mania é o quarteto Ill Divo, muito bom. Por fim, digo que a música nos renova, o meu dia fica mais leve, mesmo ouvindo o ultimo cd do Metallica.

ALBsilva
Enviado por ALBsilva em 25/01/2010
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