Fúria da Natureza

Esta semana ficou marcada pelos tremores de terra que destruíram Porto Príncipe, a capital do Haiti. Notícias de telejornais dão conta de que 70 por cento dos prédios da cidade ruíram. E que 10 por cento das moradias foram destruídas.

Eu comparo essa tragédia natural com algumas outras de autoria humana: As duas guerras mundiais (países estão concentrados, embora o motivo seja inverso, o de ajudar); as bombas de Hiroshima e Nagasaki; a Guerra do Golfo; e o acidente nuclear de Chernobyl.

Mas esta semana, a desolação foi diferente: Não foi causada pela maldade humana e nem reuniu países em guerra. Pelo contrário, não me me lembro de ter visto tanta ajuda a um só país, a um só povo. Até a pequena Cuba enviou 300 médicos, segundo um telejornal.

A pergunta que martela meu pensamento é: O que leva a natureza a agir de forma tão violenta contra um povo já tão sofrido? Se o universo tem sentido, se a vida tem sentido (e eu acredito que eles têm), deve haver uma resposta consistente para essa pergunta.

Os espíritas dizem que existe karma¹ coletivo, ou seja, que existem povos que encarnam juntos, com as mesmas missões, os mesmos destinos. Se isso for verdade, deve estar acontecendo com o Haiti.

Há trechos na Bíblia que dizem ser Deus, por meio de seus anjos, arcanjos, potestades, tronos, querubins e serafins, quem controla as coisas da natureza, como, por exemplo, as chuvas, o vento, as tempestades. Pelo menos em uma das passagens do evangelho é narrado um fenômeno que corrobora essa possibilidade, aventada no Velho Testamento. É aquela em que Jesus dorme profundamente em um barco e os apóstolos, ao se depararem com uma tempestade, dizem: Mestre, estamos afundando e tu dormes? O Filho de Deus, com um simples gesto acalma a natureza.

Eu acredito nas duas coisas: Que Deus controla a natureza e que ela age de modo natural, de acordo com suas leis, estabelecidas pelo Criador. Então, os terremotos seriam provocados por causas naturais, mas poderiam ter a atuação de Deus, que nem sempre age ou manda agir os anjos diretamente nos fenômenos.

Acredito também que Ele atua nas consequências, operando milagres em alguns casos, em que pessoas se salvam quando não parecia haver esperança. Acredito que as pessoas que passaram por essas tragédias estavam psicologica e espiritualmente preparradas para isso. Afinal de contas, quando uma das Pessoas Divinas veio à Terra, livrou-nos da condenação pelo sofrimento de uma tragédia pessoal: Foi crucificado como um dos piores bandidos, só porque cometeu pequenas "contravenções": Curou doentes, ressuscitou mortos, transformou água em vinho da melhor qualidade, acalmou tempestades e afirmou com segurança ser o Filho de Deus, o Deus Filho.

Eu gostaria de ver mais pessoas orando, rezando, pedindo a Deus pelo povo do Haiti, aliás, pela humanidade, que está tão violenta quanto a natureza. Se não se pode sentir segurança na Terra por causa dos terremotos e das tempestades, muito menos se pode sentir seguraça por causa do convívio com a própria espécie humana.

Parece que o Apocalipse está acontecendo a prestação. A humanidade deveria parar de pensar em tanta bobagem (materialismo, drogas, orgulho, falsos valores) e procurar aproximar-se do seu Criador, pedindo sabedoria, coragem para melhorar-se, capacidade de amar o próxino. É disso que estamos precisando. Como diz a Escritura, não é do homem que anda o dirigir o seu passo. Prova disso é que, pela teimosia de viver alheio a Deus, o homem está morrendo, matando, e destruindo o planeta em que mora. Não que eu defenda religião A ou B. O que eu defendo é que Deus mora dentro de nós, mas nós não buscamos conscientizarmo-nos dessa realidade.

Deus, tende piedade de nós. Tende Piedade do povo haitiano, que está sofrendo, e precisando da ajuda do mundo inteiro e da Vossa misericórdia!

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(¹) Karma: Lei de causa e efeito, que gera no ser humano dívidas por seus erros. O que o homem plantar, isso ceifará, disse São Paulo. Eu tomei a liberdade de escrever essa palavra com k por que é de origem hindu, além do que, o k não é mais considerado letra estranha, já que, pela reforma ortográfica, foi incorporado ao nosso alfabeto.

António Fernando
Enviado por António Fernando em 16/01/2010
Reeditado em 22/01/2010
Código do texto: T2032340
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