De costas

Não irei falar sobre a paixão nacional, ou bocas carnudas de atrizes sul-americanas ou até mesmo de quem conhecemos por aqui mesmo. Falarei de algo que não é muito observado, pode ser até por poucos, e acho que me considero nesse mínimo de porcentagem como expectador assíduo do balançado do mulheril que sustenta pensamentos, quebra barreiras e perturba o óbvio em que gira de vez em quando o mundo, mundo vasto, não é o braço, nem pernas torneadas, nem olhos de jabuticaba.

O que está em questão, em debate, o que está em minha visão e ao ar de minha caridade são as costas femininas, costas nuas pelas ruas cheias do perigo, são as costas brancas ou morenas, sem sinais de surras, limpas e estonteantes, mas muitas delas se paralisam sentadas em bancos de praça, pontos de ônibus, em cadeiras de espera, em assentos de igrejas ou em lugares quase públicos em que só se falta pagar o único lugar que se acomode, enfim...

Elas me incomodam por me deixarem meio tonto, inebriado, partido por tanta beleza muitas vezes escondida em roupas largas ou apertadas, blusas, jaquetas que no calor se despem e o que surge são regatas, tomaras que caia e coisinhas pequenas que valorizam algo grandioso, faz bem a condição de homem observador, mesmo que este homem não seja um alucinado, doido que as agarre as força com total brutalidade, não, não, pelo contrário, tem que ser tratadas ao meu visto com sutileza, como são, total beleza.

É só, e que elas ainda me inspirem diante da vida perdida e também saborosa

Oh Costas...