A ILUSAO VITAL
                          

          
JEAN BAUDRILLARD, pensador, escritor, só fiquei sabendo dele no dia seguinte de sua morte aos 72 anos e vi sua foto e o jornal dizia um pouco dele que me encantou. Que pena não soube desse homem que já escrevia e era importante já nos anos sessenta! 
            Fiz seu luto, penalizada que não vamos nunca bater um papo, e era tudo de bom que eu queria e  quero. Fiquei então, atrás de seus livros.
            Li o primeiro de três livros seus que comprei na livraria Travessa Ouvidor, no meio do caminho  de outras coisas com o Gabriel. Ou seja, conheci-o por acaso.
            To mais encantada com ele, pois pensamos parecido, só que ele não fazia mais fé no mundo.
             Eu faço fé no dia de hoje e no dia de amanhã, por isso vivo melhor.
             Estou totalmente tocada e envolvida com suas palavras. CADA FRASE é UM LIVRO. A Ilusao Vital, no seu 3º- e último capitulo é tudo, e abre um papo sem retorno, fantástico.
         Quanto mais o poder salvador cresce, maior é o perigo. Pois já não somos mais as vítimas de um excesso de destino, perigo, de ilusão e morte. Somos vítimas de uma falta de destino, de uma falta de ilusão e, consequentemente, de um excesso de realidade, segurança eficiência. O que nos ameaça é o excesso de proteção e positividade – a salvação – incondicional desempenhadas pelas nossas tecnologias.
           Baudrillard é genial porque PENSA, é um pensador. Mas é desencantado ao final, ou sempre. 
           Eu penso muito parecido com ele, (pensava que era só eu), me entristeço muito e inexoravelmente  com o que vejo e observo ir acontecendo como um conto de fadas invertido no Brasil, nas outras partes do mundo, na humanidade, e quanto mais penso e mais velha fico ,eu mais encantada com a  vida vou ficando, exatamente porque os Outros estão estragando a vida, e Eu a estou permanentemente vendo mais fundo e mais encantador, o que me da alegria cada dia de viver.
                            
          Talvez o Pensador se sinta responsavel de dar uma solução à humanidade como se fosse um 
deus que ele não acredita existir – é puxar muito para seus ombros e perde o dia só pensando. 
           É importante sentir primeiro, dar-se esse luxo. Depois pensar com inteligência e coração também, e também com confiança na vida. Eu acho que por mais tecnologia avançada que seja a atitude dos cientistas e tecnológicos pensamentos seus, eu não os boto em um pedestal. Tudo é mais simples. 
             A gente tem que ter um raciocínio e sentir. Enquanto se faz as continhas e contonas em maquininha de calcular higt tek, um pensamento de ordem de grandeza, tanto matemático, quanto em todos os outros  sentidos, não se pode perder este pé no chão. E este pé-no-chão é acompanhado permanentemente de confiança e encanto pelo mistério da vida, de tudo que chegou até aos nossos dias tanto errado quanto  certo, pois cada qual deu sua contribuição e dá ainda como referência. E também não dar muita bola  pelo que as nações e pseudo-autoridades mundiais vão fazendo de errado, violento e desrespeitoso, e distorcendo tudo de valor por ai. 
            Essa gente e coisas que representam um poder internacional e se metem na vida e no mistério, no  sonho e na poesia como se fosse um Menino se descobrindo, que acha que sabe, mas vai levar muito tempo até descobrir que cada vez sabe menos ainda. –ISSO_ A gente tem que tratar de cima pra baixo.  Um pensador como Baudrillard não pode morrer não acreditando na ILUSÃO, no MISTÉRIO, no  SONHO. 
            Oh, Jean Baudrillard, eu teria te dito _ Deus não morreu, Ele só é Misterio! 
             E, como diz Ferreira Gullar, “A VIDA A GENTE INVENTA. E TER ESPERANÇA.”