... E a Vida Corre.

Estou na Estação. Aqui os transeuntes perambulam de um lado pro outro à procura não sei lá o quê. Cada um: - mergulhado em seus problemas. Nos seus afazeres.

Meus pensamentos voam ouvindo no alto-falante uma música de quinta, digna somente dos anunciantes e jabás preocupados com o rendimento do seu bolso.

Com os pensamentos perdidos na mente, tento fixar a sua imagem. Tento visualizar as suas emoções. Os seus medos. A sua tristeza. A agonia de ficar sozinha. O seu medo de elevador. (E eu nem sei se você tem medo de elevador!).

Eu estou aqui. Distante. De mãos atadas na minha prisão domiciliar. Como gostaria de estar com você! Como gostaria de participar de suas ânsias e angústias!

Eu sei. Para vivermos dessa forma, temos que culpar o destino que nos determinou esta condição de vida.

O movimento da Estação continua...

Meus pensamentos tentam invadir a sua privacidade. Tenta descobrir o que clama o seu coração. Somos alma. Almas necessitam de almas. E nós precisamos de nós!



Ribeirão Preto, 02 de outubro de 2003.
8h21 min.