VAI GRAXA, AÍ, DOTÔ?

Dotô, jogava o Flamengo eu queria escutar... (João Bosco)

O personagem começava a justificar ao “Exmo. Sr. Doutor” Juiz seu desejo de separação...

Ai! Ai! Ai!Ai! Ai!Ai!

Esses doutores!

Eu me arrepio quando me chamam de dotô...

Já começo a procurar de onde apareceu mais um “flanelinha” vindo morder algum para olhar meu carro e não riscá-lo.

Penso, logo...

Fico me questionando...

Onde estão os doutores responsáveis pela segurança pública que eu sustento?

Leva um troco aí, companheiro (ato falho!)...

Só isso, dotô?

O carro é velho e já está todo riscado, argumento...

Um muxoxo e um comentário tipo: “Não se fazem mais dotores como antigamente...

Só para me desmoralizar...

Mereço!

Brazilian People tem mania de dotô!

Se não for dotô, não é ninguém...

Certa feita, um cirurgião-dentista não colocou o “Dr.” em seu cartão de visita, pois racionalmente sabia que “Doutor” não é para qualquer um.

Só para os pós-graduados.

“Strictu senso”, pós o mestrado...

Ouviu a “pérola” de um cliente: “O dotô não é dotô?

Recém formado preferiu mudar o cartão a explicar... E o braziu ganhou mais um dotô...

O tipo de calçado nos faz passar de “tio” a “dotô”...

Usava tênis para dar aulas e era “Tio”, esse termo pejorativo que tratam os professores, mesmo que tenham pós-graduação... Um dia saindo do fórum de paletó e gravata, onde era mera testemunha de um acidente de carro, virei dotô...

O engraxate me perguntou: “Vai graxa aí, dotô?”...

Quase perco minha identidade...

Ser ou não ser?...

Que dilema!

Uso sapatos ou faço análise?

Sintética...

Bem sintética a análise de uma ação judicial que corre em Niterói desde 2005...

Um “Exmo Sr. Dr.” processou o seu condomínio porque o porteiro não o chamava de Dotô...

O “Exmo. Sr. Dr.” perdeu a ação em primeira instância e está recorrendo...

O porteiro nem trabalha mais no prédio...

Diz a lenda, que sem a menor qualificação para ser flanelinha ou engraxate, trabalha como segurança numa repartição pública e chama todo mundo de dotô...

Vejam se pode uma coisa dessas!

O Judiciário que é sustentado pelo meu imposto perdendo tempo por uma “Incompatibilidade de Gênios”...

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 21/10/2009
Reeditado em 21/10/2009
Código do texto: T1878700
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