O primeiro voo

O PRIMEIRO VOO

Amanhece, em um dia de fim de semana.

Meu coração palpitante estremece...

É chegada a hora de me provar ao mundo.

Indagados seres me esperam, ovacionados

Por suas grandes obras, nostálgicas, em alegrias.

Apresento-me! Pois não? Narra-me seu nome...

Cumprimentos... Mãos encolhidas, sujas!

Mãos limpas estendem-se, sem orgulho!

Rostos nojentos tiram-me com os olhos de ateus.

Faces perfeitas sorriem com a beleza dos anjos!

Uma cor! Um espinho! Um desespero! Uma flor!

Acalma-se, oh, alma, dentro de mim... Um anjo!

Um olhar surgiu-me na rua, tímido, recolhido.

Outros tão abertos, grandes, temidos...

Um anjo desce-me do céu, salvação d’um Poeta!

Olha-me nos olhos, me acalma, me segue...

O desespero acaba por uns momentos, sobre a cor!

Já da flor, sinto o aroma mais perfeito, já visto!

O espinho perfura-me o cerne, este o mais temido!

Críticos, hipócritas, devoradores de sonhos...

Velhos nostálgicos! Donos do mundo!

Carlos, Vinícius, Quintana, não!

Velhos idolatrados por seu próprio ser! (Comedores de almas!)

Cala-se o Poeta, tímido, sem som na fala...

Ao seu canto recolhe-se sobre a proteção do anjo!

Por um instante, envolve-me sob o seu mantéu...

É a primeira vez do pássaro fora do ninho.

Marca-se a experiência, agora sim, segura!

Completa suas asas, por voar ao mundo, em ferozes traças!

Da cor: um agradecimento, um beijo!

Do espinho: uma cicatriz eterna!

Do desespero: um sofrimento necessário!

Da flor: um coração marcado!

Do anjo: faço completo silêncio... Obrigado!

(Poeta Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 21/09/2009
Reeditado em 30/09/2010
Código do texto: T1821996
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