ERA UMA VEZ!

UMA CRÔNICA DE SAPO E PRÍNCIPE.

Era uma vez! Era uma vez um sapo que queria ser príncipe.

E no mundo da sapolândia, nada lhe tirou esta idéia da sua cabeça de sapo. Era sua vez, pensava. Ele queria ser príncipe. Queria, e sonhava, acordado, a todo instante. Perdeu todos os outros momentos, só viveu aquele.

Quem sabe, talvez, o sapo era, realmente, foi, alguma vez na vida, um príncipe; se já foi, não é mais.

Ele quer ser um príncipe. O sapo é o príncipe no seu pensamento de sapo que sonha tanto em ser príncipe. Ele é o príncipe, pensa, sempre. Será? O príncipe é ele, só ele!

Era uma vez, só uma vez, acredita-se, no reino encantado, num grande castelo, imagina-se, a realeza reuniu-se para decidir se o sapo era um príncipe ou se o príncipe era um sapo. Realeza que se preza tem príncipe e detesta sapo.

O príncipe era o centro das atenções ou era o sapo?

O sapo já estava se achando o tal, de alguma forma, era o centro das atenções, quiçá um príncipe.

O príncipe era ele, tinha certeza.

O príncipe já existia, depois veio o sapo, ou veio o sapo, depois o príncipe?

No castelo, a realeza em transe, sarcástica, em polvorosa, uma algazarra só, só sapo, só príncipe.

Era uma vez, mais uma vez, não teve final feliz, só sapo, sem príncipe.

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 09/09/2009
Reeditado em 05/05/2015
Código do texto: T1800609
Classificação de conteúdo: seguro