Alavanca + Ar

Um novo início. Parece redundante, mas não é.

O que me faz pensar e insistir no vocábulo alavanca é, justamente, o fato de ter tentado escrever sobre ele e não ter conseguido. Poderia abandonar e partir para outro tema.

Entretanto, a idéia de fazê-lo desenvolver fascina-me. Porque, não vou desenvolvê-lo, mas, a mim.

Penso que na vida também é assim.

Muitas vezes, não desistimos das coisas e dos fatos pela teima, pela sombra da incapacidade. Então, insistimos. Em muitos casos, não dá certo e batemos com a testa no muro.

Exatamente, o que dá certo ou que já deu certo, é o que nos alavanca. E a prova disto é que acabo de cair no tema que a sombra da incapacidade fez-me teimar. Como que em um passe de mágica, retomo ao tema e vou desenvolvê-lo.

O vocábulo alavanca mais a terminação AR dar-me-ão o impulso que preciso. E não poderia ser diferente, porque um impulsiona e o outro é ar. Logo, o que me faz alavancar é tudo que posso respirar.

Posso respirar um choro não contido e nem me importo se o condutor do carro, ao lado, veja.

Também respiro uma sala de aula, na qual preciso dominar, sem ter domínio total dos meus sentimentos.

Não quero negar quem sou isto me faz alavancar. Coloca-me no patamar da autenticidade.

Às pessoas têm medo de chorar, de rir, de brincar, de assumir seus sentimentos. Isto se dá pelo fato que outras pessoas, também temerosas, observam-nas.

Nunca tive medo de nada, a não ser daquela idéia de ficar com saudades do passado à medida que fosse envelhecendo.

Mas, percebo, hoje, que outra idéia colocava-me medo.

Nunca tive medo de mula-sem-cabeça, do boi tatá, ou de quaisquer outras lendas. Todavia, aquela frase “olha o que os outros vão pensar”, sempre me assustou. Porque com ela deixamos que fôssemos nós.

Diria-me um amigo que, moramos em sociedade e que precisamos seguir parâmetros. Claro, não estou falando em sair pelada pela rua ou coisa do gênero.

Estou falando do que me faz alavancar. E o que me levanta, o que me joga pra frente, não é um ponta pé na bunda e sim tudo que sinto.

Coisas do coração, isto me faz respirar.

Quando não ligamos para o que o outro vai pensar, assumimos nossa vontade. Teimamos, insistimos, saímos da incapacidade e nos tornamos peça fundamental para um desenvolver que não tem fim, o nosso.

Sê teimoso, sempre, diria para um filho meu. Não desista nunca de ninguém e nem de qualquer coisa.

E me perguntas daí de onde estás: mas, se não der certo, se levar muito tempo, se não adiantar?

Respondo-te daqui:

O que nos faz alavancar, não é a rua que não percebemos cruzar, mas sim, o que nos fez esquecer que estamos cruzando.

Coisas do coração, estou falando, do meu, do teu, do nosso, do dele, do dela e isso nada mais é, do que perceber o que realmente queremos.

Queremos sempre e este querer é uma forma teimosa, fundamental, para o nosso desenvolver, não o desenvolver dos outros.

Somos eternos aprendizes e na teima de aprender, alavancamo-nos.

Coisas do coração, um eterno desenvolver.

Alavancamos o nosso Ser enquanto pensamos estar alavancando o do outro.

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Gislaine Becker
Enviado por Gislaine Becker em 03/09/2009
Reeditado em 03/09/2009
Código do texto: T1790362
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