Belchior e uma nova fascinação
Caro Belchior, eu também não estou interessada “Em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais, nem em tinta pro meu rosto ou oba oba, ou melodia, para acompanhar bocejos, sonhos matinais...” Mas foi me dada a tarefa de te encontrar em alguma música e fiquei perdida entre tantas que eu amo. Será por que eu te amo? Será que é por que também já tive meu tempo de não estar interessada “nessas coisas do oriente, romances astrais” Será que a minha alucinação também "é suportar o dia-a-dia e meu delírio é a experiência com coisas reais"...?
Imagina “um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha, blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais” Difícil é imaginar por que você sumiu, já que “amar e mudar as coisas” lhe interessa mais. Me interessa também, sô! Olha eu aqui querendo mudar! Esse negócio de corpo que cai do oitavo andar “e a solidão das pessoas dessas capitais, a violência da noite e o movimento do tráfégo”, continua igual e “um rapaz delicado e alegre que canta e requebra” já não é demais... Mas continuam sendo assassinados por ai. Sim, eu concordo que há policiais “Cumprindo o seu duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida” Mas também há policias dando vozes a seus preconceitos e aproveitando do poder facilitado para emergirem seus monstros dos lagos.
As suas canções são atuais em nossos corações e saudades da vida em que te ouvia. Venha com uma nova fascinação. Lembra que em sua música antes do fim você queria desejar aos seus amigos muito amor e tudo mais? “Que fiquem sempre jovens e tenham as mãos limpas e aprendam o delírio com coisas reais.” Se eles te ouviram, eles não estão no plenário! Mãos limpas lá são palavras esquecidas. Mas e o Belchior apaixonado? Aquele que sempre fazia das letras um poema embriagado do mais belo ato de escrever, olha que gracinha você:
“Eu não vou querer...o amor somente é tão banal, busco a paixão fundamental, edípica e vulgar, de inventar meu próprio ser.” Sabia que eu queria que você inventasse um ser para você e outro para mim? Rs... Eu queria morrer em suas melodias. Termina com o Uruguai e volta para o Brasil sorrindo. Compraremos seus novos CDs e continuaremos te ouvindo.
Caro Belchior, eu também não estou interessada “Em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais, nem em tinta pro meu rosto ou oba oba, ou melodia, para acompanhar bocejos, sonhos matinais...” Mas foi me dada a tarefa de te encontrar em alguma música e fiquei perdida entre tantas que eu amo. Será por que eu te amo? Será que é por que também já tive meu tempo de não estar interessada “nessas coisas do oriente, romances astrais” Será que a minha alucinação também "é suportar o dia-a-dia e meu delírio é a experiência com coisas reais"...?
Imagina “um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha, blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais” Difícil é imaginar por que você sumiu, já que “amar e mudar as coisas” lhe interessa mais. Me interessa também, sô! Olha eu aqui querendo mudar! Esse negócio de corpo que cai do oitavo andar “e a solidão das pessoas dessas capitais, a violência da noite e o movimento do tráfégo”, continua igual e “um rapaz delicado e alegre que canta e requebra” já não é demais... Mas continuam sendo assassinados por ai. Sim, eu concordo que há policiais “Cumprindo o seu duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida” Mas também há policias dando vozes a seus preconceitos e aproveitando do poder facilitado para emergirem seus monstros dos lagos.
As suas canções são atuais em nossos corações e saudades da vida em que te ouvia. Venha com uma nova fascinação. Lembra que em sua música antes do fim você queria desejar aos seus amigos muito amor e tudo mais? “Que fiquem sempre jovens e tenham as mãos limpas e aprendam o delírio com coisas reais.” Se eles te ouviram, eles não estão no plenário! Mãos limpas lá são palavras esquecidas. Mas e o Belchior apaixonado? Aquele que sempre fazia das letras um poema embriagado do mais belo ato de escrever, olha que gracinha você:
“Eu não vou querer...o amor somente é tão banal, busco a paixão fundamental, edípica e vulgar, de inventar meu próprio ser.” Sabia que eu queria que você inventasse um ser para você e outro para mim? Rs... Eu queria morrer em suas melodias. Termina com o Uruguai e volta para o Brasil sorrindo. Compraremos seus novos CDs e continuaremos te ouvindo.