Gigantes do Desafio

No dicionário de Antônio Houaiss, a definição do vocábulo GIGANTE, dentro da mitologia, enquadra-se como ser fabuloso e de imensa estatura, que, em suas lutas contra os deuses, só podia ser vencido pela ação conjugada de um deus e de um homem.

Já, dentro das diversas definições figurativas, diz-nos que esta palavra é um homem de cultura e inteligência admiráveis.

Pois bem, ao ter lido isto, fiquei pensando onde estão os gigantes, quem são estes? Vejamos.

Quando me refiro à primeira definição logo aparece em minha mente um homem de estatura enorme, capaz de vencer todos. A menos que um deus e um homem se juntem. Parece ser bem musculoso e tem um rosto bonito também. Fala pouco, o que mais faz é lutar.

Quando entro na definição figurativa, vem-me logo a figura de um ser pequeno, todo franzino, não tem músculo e nem rosto bonito.

Estas duas comparações parecem-me que estão contrárias em minha mente e entendo. E a beleza está muito ligada a quem vê, logo, tu podes ter a idéia contrária.

Voltando aos gigantes, quero traçar a minha, não diria definição, porque para mim nada está definido e sim considerado. Então como dizia, quero traçar a minha consideração por aquilo que entendo que seja um gigante.

Um gigante é a soma dos dois. Não me refiro à beleza ou a feiúra. Mas é a força somada com a inteligência e a cultura.

Exemplos de gigantes temos aos montes. Vou descrever alguns que conheço.

Um pai de família, ou mãe, que não abandona seu filho, mesmo com toda dificuldade que a vida possa apresentar-lhes, este para mim é um gigante.

Homem e mulher, que mesmo não tendo nada, desejam que o outro sempre tenha, estes são gigantes.

Alunos e professores que vão às escolas, sem ao menos terem onde escrever, como um quadro negro ou um caderno, são gigantes nato.

Poderia citar outros mais, como por exemplo, aquele que sofre discriminação de cor ou física e mesmo assim consegue um lugar ao sol, também é um gigante.

Temos muitos gigantes neste país. Como diz a letra, gigante pela própria natureza, braço forte.

Existe, igualmente, o gigante do amor.

Claro que só falo do amor, porque um gigante não existe sem ele.

Mas, quero me deter naqueles que amam com todas as dificuldades, que não ligam para horários, que se encontram falando baixinho porque já é tarde da noite, que cometem loucuras pelo amor que sentem, que acreditam no outro, muitas vezes, sem ver o concreto que o outro fala. Que encaram qualquer desafio e que sentem sem tocar.

Gigantes do amor são gigantes da paciência e da vontade.

Certa vez li, em um trabalho de uma aluna, que quanto mais amamos mais perto de Deus estamos. Ela tinha razão, como é parecido o amor dos amantes gigantes com o amor de Deus. Dá-nos e não nos cobra nada.

Existe pelo simples fato de existir, acontece porque é maior que tudo que o cerca. Estão sempre aprendendo um com o outro, vencem qualquer obstáculo, um pela paciência e o outro pela vontade. Pela paciência de ter vontade e pela vontade de ter paciência, assim eles acontecem.

Os amantes gigantes têm problemas sim, mas não há muro que não possam pular, num há sistema que os apliquem regras, porque como diz Leonardo Boff, “com o pensamento eles habitam as estrelas, são como uma árvore, com raízes no chão, mas com a copa para o infinito”.

Os gigantes que amam moram no infinito, não têm lugar para acontecer e pode passar o tempo que for, sempre hão de se encontrar.

Reconhecidos, os gigantes do amor, são pela sua cara metade. Eles não possuem idade, amam até os defeitos.

É meio doentio este negócio, parecem loucos, mas eles disfarçam, porque há consciência neste amor.

São o côncavo e o convexo, sessenta e nove, oito, são duas letras iguais juntas, são tudo de bom.

Um GIGANTE DO AMOR não é vencido pela junção de um deus e de um homem.

Este GIGANTE é a soma de Deus e do homem, da carne e do espírito.

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Gislaine Becker
Enviado por Gislaine Becker em 27/08/2009
Código do texto: T1777001
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