banco da praça da Getúlio

Banco da Praça da Getúlio

A cidade é feita de cores, Campo Largo é assim tem cores inauditas, a claridade das lâmpadas da Getúlio Vargas me enche de nostalgia pelos globos em forma de tochas... Quando acesa atravessa a neblina que em algumas noites descem como manto santificado sobre suas ruas estreitas de cidade vizinha da capital...

É parte minha, esta terra, terra de luz, que traz no semblante de seus artesões a cor da argila, barro batido para a porcelana rara e fina... Na cerâmica dos teus leitos, sábia e inocente figura do Paraná. Uma neblina cobre tuas ruas no início deste frio, o silêncio corrobora à noite meio entristecida. A noite parece cansada destes alguéns que vagueiam solitários, andam aos borbotões e nem sabem como ainda persistem de olhar vidrado ao sul, oeste, leste ou norte do elfo de asas azuis...

Um ar flutua a sombra sobre a cidade que repousa aos braços da Serra, são muitos sem nome, um mundo que difere do tudo, parece que o frio é pessoal, é único o sangue que corre entremeando a terra no campo tão largo, de árvores sem vestes, de meu rio menino murcho pelo lixo depositado nas margens infantis...

Meu Cambuí se vai em agonia num vestígio de água que lhe verte como último fôlego de sua pequena força... O banco de uma praça me repõe o pensamento como ramas de folhas a dançar ao vento oferecendo acenos ao horizonte... Tchau, tchau...

__Vou e talvez um dia hei de voltar!