UM PEITO FORTE DE HOMEM
 
 
     Estou diante de uma muralha. De silêncio. É o silêncio falando contra o silêncio.   
         Quê?
         O que? O que quero falar? O que quero ouvir?
Acho que o sono chega para não questionar o que nem sei questionar.
Talvez queira respostas.
Mas não tenho perguntas.
Eu virei uma pessoa que sente. Que não pensa.
Mesmo sendo muito inteligente, não é momento de inteligência atuar.
         Ontem eu precisei da presença do meu filho. Ele é bom. É confiável. Quando chegou, ergui-me e me abracei a ele. Ele é um homem alto e forte. Um jovem de trinta anos, Sereno. E me recostei em seu peito e soltei a emoção precisando desse porto seguro. Soltei a cabeça em seu ombro e fiquei a chorar, chorar.
         Ele sem perguntar. Só compreendendo ou tentando.

         Era um peito forte de homem acolhendo o meu abraço.
         Um peito forte de um homem. De um pai? De um amigo? De um filho?

 
        Um peito forte de um homem.