ERRAR É HUMANO

( da minha obra Chega?!.).

Sem a menor sombra de dúvida, somos seres humanos. Ao contrário, não erraríamos tanto para acertarmos tão pouco.
A mente humana não é programada para errar. E o erro, por vezes, parece nascer com o nosso dia. Daí a pergunta: o que é certo e o que é errado? Responde a desculpa que tem cor, desculpa amarela:
— O que é certo pra mim pode ser errado pra você e vice-verso.
Resolvido! Nada mais é errado. Nossa razão fora conveniente.
Errado sempre foi errado e certo sempre certo. É evidente que errando aprendemos.
Quando pequena qualquer coisa que eu fazia de errado, mamãe me dizia:
— Parabéns, você errou com perfeição! Que tal agora aprender o certo? Aplico o mesmo ensinamento aos meus filhos.
Errar ao quadrado é quando não admitimos nossos erros, tornando então difícil o processo de acertar através da prática errônea.
Por intermédio de experiências vivenciadas, troca de figurinhas e, principalmente, bons livros eu descobri a fórmula de acertar o máximo e errar o mínimo possível.
Primeiro passo para acertar é estar bem consigo mesmo vivendo uma vida verdadeira e produtiva. Verdadeira quando é fundamental que vivamos dentro da nossa realidade. Produtiva porque eliminamos o mal, alcançando o bem dentro da produtividade.
Segundo passo é buscar a verdade. Conviver com a verdade é bater de frente com a paz.
Terceiro, é eliminar as preocupações.
Dizem que quem não se preocupa, é irresponsável. Não creio.
A preocupação nos impede de crescer, atrai o negativo e conturba nossas vidas. E por que viver o nosso hoje complicado?
Sou adepta do pensamento de Lewis Carrol: “A regra é complicação para amanhã, complicação para ontem... mas nunca complicação para hoje.”
Certamente o leitor está pensando como muitas vezes pensei: “Na teoria tudo é muito simples, mas, na prática, a coisa muda de figura.” Não é bem assim. Precisei levar muitos tapas da vida, para compreender que o ser humano convive muito bem com infelicidade, culpa, incerteza, frustração, conflitos, queixas, dores, fracassos...
A ordem é inverter os papéis trazendo para junto de nós a felicidade, paz, união, amor e o perdão.
O fato de perdoarmos não quer dizer que devemos aceitar a mesma situação ou isentar a pessoa de sua culpa. Cada um que trabalhe sua culpa. Devemos sim perdoar com a alma, mas jamais darmos a cara para apanhar. Não confundir perdão com submissão. Daí, não tem o que errar.
Tentamos mascarar nossos erros, até mesmo atraindo como consolo frases feitas.
Lembro-me que, quando jovem (há bem poucos anos e anos !), fui a uma excursão a Atibaia. E no bosque havia o seguinte pensamento escrito em uma árvore: “Ninguém está totalmente errado, mesmo um relógio parado está certo duas vezes ao dia.”
Mesmo lutando para acertar, não é nada difícil errar. Basta ser um ser humano racional, ou, quem sabe, um ser racionalmente humano.

Lúcia Borges
Enviado por Lúcia Borges em 24/07/2009
Reeditado em 14/09/2009
Código do texto: T1716162
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