VOCÊ NUNCA SABERIA
Marilia L. Paixão
Pode este inverno acompanhar a solidão das horas sem arranhar meu peito? Permanece esfriando um coração quase quebrado? Por quantas esquinas me abandonou seu nome quando dele eu mais precisava?
Depois das respostas mande a receita de como descongelar uma alma. Que esta deixou-se petrificar pelos seus erros sórdidos. Nunca ficará impune da distância que lhe condeno. Terá tempo para engolir livros de velhas estantes e ainda assim não se livrará da culpa.
O inverno é passageiro, mas alma nenhuma se descongela sorridente. E enquanto a carne morre junto ao coração endurecido, nenhuma lembrança sequer de fotografias minhas lhe sorrirá. Seu lado masculino tão masculino e mágico, tão masculino e sábio ainda não aprendeu a me proteger do inverno.
E este não anda manso, não anda frágil, não anda quente nem debaixo dos cobertores. Ele passeia lá fora e volta sem nenhum calor. Ele penetra as frestas das firmes janelas, ele percorre por sobre as portas. Ele bate em meu peito e encontra seu retrato quase morto ainda jazendo em mim só por que eu não soube lhe fazer meu dono.
Por tudo isto você esperneou, esbravejou e só me matar não saberia. Não me serviria de jeito nenhum a coleira que desejou comprar para adornar-me o pescoço e nem isto lhe faria um encantador de cavalos, rosas ou madalenas. Mas o maior erro foi fingir estar ao meu lado. Agindo assim, me aquecer por todos os invernos, você nunca saberia. Eu tentaria abraçar o meu amor e cadê? Desaparecido sob o frio mais frio... O frio que nega o calor verdadeiro da cumplicidade e demais desejos.
www.recantodasletras.com.br/cronicas/1646574
Marilia L. Paixão
Pode este inverno acompanhar a solidão das horas sem arranhar meu peito? Permanece esfriando um coração quase quebrado? Por quantas esquinas me abandonou seu nome quando dele eu mais precisava?
Depois das respostas mande a receita de como descongelar uma alma. Que esta deixou-se petrificar pelos seus erros sórdidos. Nunca ficará impune da distância que lhe condeno. Terá tempo para engolir livros de velhas estantes e ainda assim não se livrará da culpa.
O inverno é passageiro, mas alma nenhuma se descongela sorridente. E enquanto a carne morre junto ao coração endurecido, nenhuma lembrança sequer de fotografias minhas lhe sorrirá. Seu lado masculino tão masculino e mágico, tão masculino e sábio ainda não aprendeu a me proteger do inverno.
E este não anda manso, não anda frágil, não anda quente nem debaixo dos cobertores. Ele passeia lá fora e volta sem nenhum calor. Ele penetra as frestas das firmes janelas, ele percorre por sobre as portas. Ele bate em meu peito e encontra seu retrato quase morto ainda jazendo em mim só por que eu não soube lhe fazer meu dono.
Por tudo isto você esperneou, esbravejou e só me matar não saberia. Não me serviria de jeito nenhum a coleira que desejou comprar para adornar-me o pescoço e nem isto lhe faria um encantador de cavalos, rosas ou madalenas. Mas o maior erro foi fingir estar ao meu lado. Agindo assim, me aquecer por todos os invernos, você nunca saberia. Eu tentaria abraçar o meu amor e cadê? Desaparecido sob o frio mais frio... O frio que nega o calor verdadeiro da cumplicidade e demais desejos.
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