MAIS UM DIA
MAIS UM DIA
Marília L. Paixão
Ainda era a parte cedo de uma manhã fria. Caminhava de volta para casa depois de uma aula excepcionalmente calma. A fome que não havia dado sinais antes de sair deu um sussurro com leveza no estômago. Uma parada na padaria que havia no meio do caminho me contemplou com um copo quente de leite com café enquanto uma TV no canto mostrava Ana Maria Braga. Como eu gosto do nome Ana nunca deixo de olhar para ela quando surgem essas oportunidades.
Depois levei meu estômago sorridente para o resto do caminho. Nem cheguei a lamentar pelo café com leite no copo, o que eu acho um absurdo. Afinal, xícaras com asas foram feitas para quê? De qualquer forma a sensação tão boa de estar me livrando do mal estar da noite anterior já estava fazendo valer aquele novo dia. Não bastante eu vi aquela variante bege com cara de ferrugem aqui e ali também no meio do meu caminho, bem pertinho do passeio.
Lá dentro um casal em plena 08h30min da manhã. Não! Eles não estavam aos beijos e amassos, o que eu estranharia naquela hora. A mulher segurava na mão uma sandália de salto fino como se ela fosse uma delicada flor. O homem aguardando a reação da mulher como se não tivesse mais nada a dizer. Ela parecia feliz e ele parecia todo tímido. Eu parecia uma besta desejando ser uma borboleta para entender aquela cena direitinho. Fui embora imaginando os segredos daquele casal dentro da variante velha, enferrujada e suja.
Será que eles estavam trocando já presentes do dia dos namorados? Seria um encontro de um namoro escondido? Seria ela uma mulher casada ou separada cujos filhos não poderia saber que ela estava de namorico? Lá fiquei eu imaginando mil coisas em relação à mulher e nada em relação ao homem. De qualquer forma aquela variante velha aos meus olhos estava cheia da simpatia de um casal desejando ser feliz. Esta cena e todas as minhas imaginações apaziguaram mais ainda uma alma coberta de noite triste que agora se preparava para a alegria de mais um dia.
www.recantodasletras.com.br/cronicas/1635452
MAIS UM DIA
Marília L. Paixão
Ainda era a parte cedo de uma manhã fria. Caminhava de volta para casa depois de uma aula excepcionalmente calma. A fome que não havia dado sinais antes de sair deu um sussurro com leveza no estômago. Uma parada na padaria que havia no meio do caminho me contemplou com um copo quente de leite com café enquanto uma TV no canto mostrava Ana Maria Braga. Como eu gosto do nome Ana nunca deixo de olhar para ela quando surgem essas oportunidades.
Depois levei meu estômago sorridente para o resto do caminho. Nem cheguei a lamentar pelo café com leite no copo, o que eu acho um absurdo. Afinal, xícaras com asas foram feitas para quê? De qualquer forma a sensação tão boa de estar me livrando do mal estar da noite anterior já estava fazendo valer aquele novo dia. Não bastante eu vi aquela variante bege com cara de ferrugem aqui e ali também no meio do meu caminho, bem pertinho do passeio.
Lá dentro um casal em plena 08h30min da manhã. Não! Eles não estavam aos beijos e amassos, o que eu estranharia naquela hora. A mulher segurava na mão uma sandália de salto fino como se ela fosse uma delicada flor. O homem aguardando a reação da mulher como se não tivesse mais nada a dizer. Ela parecia feliz e ele parecia todo tímido. Eu parecia uma besta desejando ser uma borboleta para entender aquela cena direitinho. Fui embora imaginando os segredos daquele casal dentro da variante velha, enferrujada e suja.
Será que eles estavam trocando já presentes do dia dos namorados? Seria um encontro de um namoro escondido? Seria ela uma mulher casada ou separada cujos filhos não poderia saber que ela estava de namorico? Lá fiquei eu imaginando mil coisas em relação à mulher e nada em relação ao homem. De qualquer forma aquela variante velha aos meus olhos estava cheia da simpatia de um casal desejando ser feliz. Esta cena e todas as minhas imaginações apaziguaram mais ainda uma alma coberta de noite triste que agora se preparava para a alegria de mais um dia.
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